A família Bolsonaro atravessou uma semana recheada de atritos, mas pareceu terminar unida no apoio ao nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a disputa pela Presidência em 2026.
Pelas redes sociais, na última sexta-feira (6), o parlamentar disse que assume a “missão de dar continuidade” ao projeto da direita “com grande responsabilidade”, ao anunciar que foi o escolhido pelo pai para a eleição do ano que vem.
“Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada”, escreveu.
O desentendimento na família começou quando a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, na semana passada, criticou uma articulação de apoio do PL à uma possível candidatura do ex-ministro Ciro Gomes ao governo do Ceará.
A fala de Michelle repercutiu e os filhos de Bolsonaro foram as redes sociais repudiar o discurso, alegando que a essa decisão de apoio tinha sido escolha de Bolsonaro. Pela proporção que a fala tomou, o PL marcou uma reunião com a esposa do ex-presidente para alinhar o discurso sobre as disputas estaduais do ano que vem.
Logo depois o partido suspendeu o apoio ao ex-ministro.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Flávio disse que Michelle “atropelou” Bolsonaro: “A forma com que ela se dirigiu a ele [André Fernandes], que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora”.
Depois, a fala do irmão mais velho foi endossada pelos demais nas redes sociais.
Eduardo, que está nos Estados Unidos desde o início do ano, disse que o episódio foi “injusto” e “desrespeitoso” e destacou que a decisão de apoiar Ciro foi uma “posição definida” pelo pai.
Sem citar o nome de Michelle, Carlos também comentou o ocorrido e falou em respeito à liderança de Bolsonaro, sem deixar se levar por “outras forças”.
Apoio ao nome de Flávio
No entanto, as publicações da família após o anúncio de Flávio tomaram um tom diferente.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde o início do ano, quando decidiu se licenciar do mandato, disse que o irmão erguerá os ideais de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Meu irmão erguerá a bandeira dos ideais do nosso pai. Ele será o rosto da esperança em meio ao medo; da liberdade em meio à opressão. Representará todos aqueles que se recusam a se ajoelhar diante da tirania”, disse Eduardo no X (antigo Twitter).
O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-RS) também comemorou a decisão, declarando apoio ao irmão: “Quando o meu pai, nosso líder, aponta o rumo é porque ele enxerga onde está o caminho certo e dessa vez não é diferente. O meu irmão Flávio é uma referência, um homem honrado que sabe fazer política como poucos e já está fazendo o sistema ter pesadelos”, afirmou em vídeo publicado.
A própria Michelle Bolsonaro parabenizou o enteado, desejando que Deus lhe dê força e sabedoria durante o pleito.
“Que Deus te abençoe, Flávio Bolsonaro, nesta nova missão pelo nosso amado Brasil. Que o senhor te dê sabedoria, força e graça em cada passo, e que a mão dele conduza o teu caminho para o bem da nossa nação”, disse a ex-primeira-dama nas redes sociais.

