O Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) cortou a taxa de juros dos Estados Unidos em 25 pontos-base nesta quarta-feira (10), levando ao intervalo de 3,5% a 3,75%.
A redução mínima dos juros americanos já era esperada. Momentos antes do anúncio da decisão, o mercado precificava o corte de 25 pbs (pontos-base) com probabilidade de 90%, segundo dados do CME Group.
A principal expectativa recaía sobre a divisão entre os membros da autoridade monetária dos Estados Unidos. Na reunião anterior, em que a taxa-alvo passou para 3,75% a 4,00%, a decisão já não foi unânime. Stephen I. Miran preferiu cortar os juros em 50 pbs, em vez de 25 pbs, enquanto Jeffrey R. Schmid optou pela manutenção da taxa acima de 4%.
Desta vez, a dissidência aumentou. Austan D. Goolsbee se juntou a Schmid e votou para manter os juros no intervalo atual, sem cortar em 25 pontos-base. Isso significa que o pêndulo da decisão passa a ficar mais forte na manutenção da taxa de referência, enquanto há pressão da Casa Branca para que o Fed continue o ritmo de cortes.
A pressão constante do presidente Donald Trump para cortes constantes tem alimentado a segmentação dentro do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). Ao ser questionadona terça-feira se o fato de o sucessor de Jerome Powell reduzir as taxas de juros imediatamente seria um “teste decisivo”, Trump respondeu: “Sim”.
O mandato de Powell termina em maio e, geralmente, um substituto é anunciado logo em seguida. No entanto, Trump afirmou que pretende escolher o próximo chair do Fed antes, no fim deste ano ou no início de 2026. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, tem liderado a busca, e o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, é considerado o favorito.
O perfil mais alinhado aos interesses da Casa Branca de redução dos juros, portanto, acaba dividindo os integrantes que decidem sobre o futuro da política monetária americana entre aqueles que mais se adequam e os mais conservadores em relação à queda da taxa.
