O Ministério da Fazenda divulgou uma nota informativa, nesta quinta-feira (4/12), sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que foi de 0,1%. No comunicado de nove páginas, é admitida a frustração com o resultado um “pouco abaixo da mediana das previsões de mercado“. A pasta cita o impacto da taxa de juros elevada, mas mantém otimismo ao sinalizar que o “viés de revisão para o PIB de 2025 é de alta”.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma expansão de 0,1% para o intervalo de julho a setembro, o que frustrou as expectativas do governo e de parte do mercado. A Secretaria de Política Econômica (SPE) da Fazenda esperava 0,3%.
O PIB do Brasil
- Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, em um ano. A divulgação é feita trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- Uma alta significa que a economia está crescendo em um ritmo bom. Por outro lado, um recuo implica encolhimento da produção econômica da nação.
- A estimativa do Banco Central (BC) para o crescimento da atividade econômica do país neste ano é de 2,0%. Já o Ministério da Fazenda projeta uma expansão mais otimista, de 2,2%. Para o mercado financeiro, o PIB do Brasil avançará 2,16% em 2025.
- Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%, ante crescimento de 3,2% no ano de 2023.
O mercado financeiro esperava, na mediana das previsões, um resultado de PIB para o terceiro trimestre de 0,2%. A perspectiva já sinalizava uma desaleração na atividade econômica uma vez que no segundo trimestre o IBGE apontou resultado de 0,4%.
Os setores produtivos agropecuária (0,4%) e a indústria (0,8%) tiveram alta, conforme o IBGE. Já o setor de serviços, que tem maior peso na economia, ficou praticamente estável (0,1%).
Um dos destaques da equipe econômica do governo federal é a desaceleração no consumo das famílias, que passou de 1,8% para 0,4% do segundo para o terceiro trimestre.
“A desaceleração do consumo está associada ao desaquecimento dos mercados de trabalho e crédito no terceiro trimestre, em resposta aos impactos defasados da política monetária restritiva”, diz a Fazenda na nota informativa, numa crítica aos juros definidos pelo Banco Central.
A taxa Selic está em 15%. O entendimento do governo é que este patamar não é o mais adequado e estaria atrapalhando o crescimento econômico.
Na nota divulgada à imprensa, a equipe econômica da Fazenda reconhece a menor perspectiva de avanço no setor de serviços, o maior da economia, mas prevê uma revisão para cima no crescimento da agropecuária e da indústria.
“Considerando todas essas mudanças, o viés de revisão para o PIB de 2025 é de alta. O carregamento estatístico até o terceiro trimestre já é de 2,2%, similar ao crescimento que a (SPE) projetava antes para o ano. No entanto, a expectativa continua sendo de crescimento positivo na margem ainda no quarto trimestre, repercutindo, principalmente, uma leve melhora no desempenho dos serviços”, diz a nota.
Os resultados
Confira os destaques do PIB em comparação ao trimestre anterior:
- Agropecuária: 0,4%
- Indústria: 0,8%
- Serviços: 0,1%
- Formação Bruta de Capital Fixo (Investimentos): 0,9%
- Consumo das famílias: 0,1%
- Consumo do governo: 1,3%
- Exportações: 3,3%
- Importações: 0,3%
Fonte: Metrópoles
