Haddad e representante dos EUA alinham parceria de combate ao crime

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu, nesta quinta-feira (4/12), o encarregado de negócios e representante diplomático interino dos Estados Unidos, Gabriel Escobar. Após a reunião, o ministro de Lula afirmou que o encarregado dos EUA mostrou interesse em um termo de cooperação com o Brasil para o combate ao crime organizado transnacional, algo que foi conversado essa semana entre o presidente do Brasil e o líder norte-americano, Donald Trump.

“O interesse na proposta brasileira de cooperação é muito grande. Eu pude adiantar alguns detalhes das investigações que estão sendo feitas no Brasil e que envolvem fundos constituídos nos Estados Unidos. (…) Se eles se integrassem a nós neste contexto, eu penso que nos poderíamos potencializar a ação de combate não apenas à lavagem de dinheiro, mas como esse dinheiro acaba chegando às facções”, explicou Haddad.

Palavra de ordem é cooperação

  • Nas operações contra o crime organizado destacadas pelo governo federal, as autoridades têm enfatizado o trabalho conjunto de órgãos de controle financeiro.
  • Neste cenário, ministros têm enfatizado as atuações da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
  • O tema segurança pública tem ganhado evidência nas últimas semanas diante do crescimento desta pauta em pesquisas sobre a maior preocupação dos brasileiros.
  • O governo federal e governadores de direita se dividem no discurso sobre as estratégias de enfrentamento da questão. Os governadores se apresentam, em sua maioria, como linha dura e exaltam o enfrentamento direto.

O ministro firmou ainda que os Estados Unidos devem apresentar uma proposta de termo de cooperação entre os dois países. Segundo o ministro, porém, não foi combinado prazo para um novo encontro ou a entrega da possível proposta.

Na reunião, Haddad explicou ao encarregado dos EUA que os documentos brasileiros das investigações em andamento estão sendo traduzidos e serão encaminhados aos norte-americanos “pelos canais adequados”.

As investigações incluem a apuração sobre a atuação de 55 fundos de investimento que atuariam no financiamento do crime organizado. Destes, 40 estão no Brasil e 15 no exterior.

O foco do governo na tentativa de emplacar um termo de cooperação com os EUA no combate ao crime organizado tem sido divulgado deste a última quinta-feira (27/11), diante da Operação Poço de Lobato, que mira a prática de evasão de divisas e sonegação de impostos. O objeto da operação é o Grupo Refit, que estaria associado às práticas ilícitas.

“Estão utilizando o estado Delaware, nos Estados Unidos, em operações de lavagem de dinheiro. Na operação, são abertas dezenas de empresas. No esquema você faz um empréstimo para esses fundos e (os recursos) voltam na forma de aplicação lícita em atividades econômicas no Brasil, mas o dinheiro que vai para lá não é lícito”, afirmou Haddad na última quinta-feira (27/11)

Conversa de Lula e Trump

O encontro entre Haddad e Escobar aconteceu dois dias após o telefonema entre os presidentes do Brasil e dos EUA, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump.

O primeiro encontro de Escobar com autoridades brasileiras da área econômica ocorreu na última quarta-feira (26/11). Escobar esteve com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.

Antes da entrevista de Haddad, Escobar foi abordado pela imprensa ao deixar o Ministério da Fazenda nesta quarta, mas não quis se pronunciar.

Pedido de informações

Na terça-feira (3/12), Haddad afirmou à imprensa que a Embaixada dos Estados Unidos pediu documentos sobre investigações brasileiras contra a atuação do crime organizado.

O ministro informou que os documentos das investigações brasileiras estavam sendo traduzidos para o inglês para que pudessem ser encaminhados às autoridades norte-americanas.

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“Recebi notícia da Embaixada dos Estados Unidos querendo acesso aos documentos que estão sendo traduzidos para o inglês para que essa ação seja efetivada”, afirmou o ministro.

Cooperação e tarifas

No telefonema que fez a Trump, Lula manifestou interesse em uma cooperação com os Estados Unidos para o combate ao crime organizado transnacional.

Além da cooperação, Lula também disse ter tratado da possibilidade de novas reduções de tarifas para os produtos brasileiros que são exportados para os Estados Unidos.



Fonte: Metrópoles

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