O Ibovespa renovou máximas históricas nesta terça-feira (2), ultrapassando os 161 mil pontos pela primeira vez.
As políticas monetárias do Brasil e dos EUA são os principais motivos do bom humor dos investidores. Os dados indicando desaceleração econômica e as falas de autoridades sinalizando um futuro com juros mais baixo mexem com a expectativa do mercado.
No pregão desta terça-feira, a sinalização de corte da Selic veio após a indústria brasileira registrar crescimento abaixo do esperado em outubro, indicando uma desaceleração econômica, ambiente favorável para o Banco Central diminuir a taxa de juros no Brasil.
“Os dados fracos mostram uma desaceleração econômica e o mercado já precifica o corte de juros. Ainda não sabemos quando, mas provavelmente no começo do ano que vem. Se os juros estão caindo, a bolsa tende a subir”, explica Ian Lopes, economista da Valor Investimentos.
Na visão do sócio e advisor da Blue3 Investimentos, Willian Queiroz, a performance do Ibovespa está relacionada também as expectativas de novo corte da taxa de juros norte-americana na próxima semana, e o rali mais recente não finaliza um possível ciclo de alta para os próximos meses na bolsa brasileira.
“Se analisarmos o comportamento médio do Ibovespa após a pandemia, percebemos que a bolsa ficou por muito tempo lateralizada. Esse ‘sprint’ de alta que nós temos agora, basicamente poderíamos considerar como um movimento de correção”, acrescentou.
Em 2020, o Ibovespa fechou o ano a 119.017,24 pontos. Em 2024, a 120.283,40 pontos. Em 2025, até o momento, registrou perdas no acumulado mensal apenas em fevereiro e julho, contabilizando no ano até o momento uma valorização de 33,9%.
“O Ibovespa está andando tudo aquilo que não andou nos outros anos depois do pós-pandemia”, afirma.
De acordo com o estrategista de investimentos Bruno Perri, economista-chefe e sócio da Forum Investimentos, o silêncio do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre política monetária em evento na véspera bastou para a manutenção das apostas de novo afrouxamento da taxa básica de juros nos EUA.
No final da tarde, conforme a ferramenta FedWatch, da CME, os contratos futuros de juros nos EUA precificavam perto de 90% de probabilidade de o Fed cortar juros em 0,25 ponto percentual na próxima semana.
O pregão de máximas históricas ainda contou com telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, no qual trataram sobre tarifas comerciais e combate ao crime organizado, em uma conversa que durou cerca de 40 minutos e que foi “muito produtiva”, segundo nota do Palácio do Planalto.
*Com informações da Reuters

