A Comissão de Anistia do Governo Federal concedeu perdão a Reinaldo, ex-jogador e ídolo do Clube Atlético Mineiro, por perseguição política sofrida no período da ditadura militar no Brasil. O órgão do Ministério dos Direitos Humanos também indenizou o ex-atacante em R$ 100 mil. O evento aconteceu em Brasília nesta terça-feira (2/12).
Em relato, Reinaldo falou sobre a perseguição que sofreu no período de ditadura e mencionou a não convocação para a Copa do Mundo de 1982 como exemplo: “A campanha de difamação e a perseguição política me tiraram muitas oportunidades. Talvez, o exemplo mais evidente seja a não convocação para a Copa de 1982, onde, apesar de o treinador falar em questões físicas, todo mundo sabia que o motivo eram as restrições a meu suposto comportamento fora de campo”, disse.
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O ídolo atleticano sofreu perseguição entre os anos de 1978 e 1986. Segundo documentos, Reinaldo foi monitorado pelo Sistema Nacional de Informações (SNI), órgão ligado ao regime militar responsável por censura, espionagem e outros crimes cometidos contra estudantes e opositores do sistema.
A anistia de Reinaldo foi aprovada por unanimidade pelos membros da comissão. A relatora Rita Maria de Miranda Sipahi ainda reforçou que a indenização será paga em parcela única.
Além da perseguição pelo SNI, o Rei também sofreu importunações dos generais que comandavam a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) — a antiga CBF.
Entenda a perseguição
Reinaldo foi um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro. Outros jogadores marcantes do Brasil colocam o camisa 9 somente atrás de Pelé. Como forma de protesto contras as represálias da ditadura, o ex-jogador comemorava seus gols com o tradicional punho cerrado erguido.
Esse gesto era o mesmo feito por militantes negros do movimento Panteras Negras, nos Estados Unidos. O grupo também atuava contra o racismo e em defesa dos direitos civis.
Reinaldo no Atlético-MG
José Reinaldo de Lima, mais conhecido como Reinaldo, é considerado um dos maiores jogadores do futebol brasileiro de todos os tempos. Revelado pelas categorias de base do Clube, o ex-atacante vestiu a camisa alvinegra em 475 partidas e anotou 255 gols, que fazem dele o maior artilheiro da história do Galo.
Títulos pelo Atlético:
- 1975 e 1976: Taça Minas Gerais
- 1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983 e 1985: Campeonato Mineiro
Fonte: Metrópoles
