Inflação da zona do euro acelerou inesperadamente no mês passado, provavelmente solidificando as apostas de que não haverá mais cortes nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu tão cedo, mostraram dados da Eurostat nesta terça-feira (2).
A inflação anual nos 20 países que compartilham o euro acelerou para 2,2% em novembro, em comparação com 2,1% no mês anterior, permanecendo próxima da meta de 2% do BCE para a maior parte deste ano uma vez que a queda nos preços de energia compensou as pressões ainda robustas sobre os preços internos, principalmente no setor de serviços.
Os números subjacentes, que excluem os preços voláteis de alimentos e combustíveis, mantiveram-se em 2,4%, com a continuação do rápido aumento dos preços de serviços, mas com os dados de bens duráveis mais contidos.
As leituras confirmam a visão do próprio BCE de que a inflação está amplamente derrotada e que autoridades agora têm tempo suficiente para observar a evolução dos preços antes de considerar qualquer movimento adicional.
É por isso que os mercados não veem quase nenhuma chance de um corte na taxa de depósito de 2% do BCE na última reunião do ano do banco, em 18 de dezembro, e veem apenas uma chance em quatro de qualquer afrouxamento no próximo ano.
O BCE cortou os juros em um total de 2 pontos percentuais no ano até junho, mas tem optado pela manutenção desde então.
Entretanto, a discussão sobre cortes nos juros pode ganhar novo fôlego no início do próximo ano, quando a inflação deverá ficar abaixo da meta devido à queda contínua dos custos de energia.
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