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Mercado avalia que comunicado do BC aponta queda da Selic no 1º tri de 2026

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Mercado avalia que comunicado do BC aponta queda da Selic no 1º tri de 2026

O Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (10) e, para parte do mercado, reforçou a expectativa de que a taxa básica de juros deve começar a cair no primeiro trimestre de 2026. A maior dúvida é: quando?

Para os economistas consultados pela CNN, o tom do comunicado do BC deu a entender que o primeiro corte vai ser realizado na reunião de março. Há, entretanto, os mais otimistas que acreditam que a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), em janeiro, será a decisiva.

“O comunicado veio mais ou menos em linha com o que a gente esperava. O Banco Central mostra que o corte de juros está mais próximo, mas ainda não está maduro”, destacou Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank.

Para Salles, o principal destaque veio na revisão da projeção da inflação, que caiu de 3,3% para 3,2%. “Está mais perto da meta, mas ainda não está lá”, acrescentou.

Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, avaliou que o tom do Copom se manteve “extremamente conservador e hawk”, mas que o novo modelo de inflação projetado é uma grande novidade.

“Segundo a nossa pesquisa, isso já seria o suficiente para o BC começar o ciclo de cortes no ano que vem. Mercado deve se posicionar entre janeiro e março para início dos cortes”, ressaltou.

No mercado de derivativos, as opções de Copom mostram que 55% apostam na manutenção da Selic em 15% ao ano em janeiro e 35% em queda de 0,25 ponto percentual já na próxima reunião.

No encontro de março, 65% apostam que o colegiado vai começar a reduzir os juros – sendo que 40% acredita em um corte mais robusto, de 0,50 ponto percentual.

“A grande dúvida para essa reunião era se haveria algum tipo de sinalização que aumentasse a possibilidade de o Banco Central reduzir a taxa Selic em janeiro. O nosso cenário não é esse, é de corte em março. Na nossa leitura, não houve sinalização que de que a porta está aberta para cortar a taxa Selic em janeiro, o que em linhas gerais reforça nossa expectativa”, declarou Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval

“Por outro lado, a comunicação do Banco Central, assim como esperávamos, traz um sentido de que o ciclo está andando, de que o Banco Central deu um passo adiante. Continua fazendo o reconhecimento de que a atividade econômica está arrefecendo, de que a inflação está melhorando. Existe o reconhecimento de que as coisas estão acontecendo na direção necessária”, completou.

Em meio às expectativas pelo início do ciclo de cortes, o mercado se apega à comunicação das decisões para fazer suas projeções.

Felipe Salles, do C6 Bank, pontuou que houve uma troca de palavras no comunicado desta quarta-feira (10) que pode ser interpretada como uma sinalização para o que está por vir.

“Em relação à comunicação, ele [BC] troca a palavra ‘suficiente’ pela palavra ‘adequada’. ‘Suficiente’ dá a impressão que não precisa mais, enquanto o ‘adequado’ me parece algo mais balanceado, mais neutro. Mostra que o corte de juros está mais perto”.

O próprio presidente do BC, Gabriel Galípolo, reconhece que a leitura do comunicado da autoridade monetária virou uma “ciência” do mercado.

Apesar de não surpreender, a manutenção da Selic em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva

A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) afirmou que a manutenção da taxa no atual patamar é consequência direta de uma política fiscal considerada desequilibrada, marcada por sucessivas expansões de gastos públicos.

A Federação destacou que o BC ainda não tem condições de baixar os juros devido ao cenário fiscal. Segundo o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, o atual cenário configura uma ameaça ao crescimento.

“Isso é consequência de uma política fiscal equivocada, em que há um ciclo contínuo de expansão de gastos. O governo precisa parar de gastar e fazer como fazemos na casa da gente: se está apertado, você aperta o cinto. Não expande o gasto. Essa conta não fecha desse jeito”, disse.

“A taxa básica de juros deprime todos aqueles que estão endividados, porque faz o compromisso com o juro ficar muito mais alto. E, dessa maneira, falta dinheiro para outras finalidades”, concluiu.

 

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