A situação de Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF), continua delicada mesmo após o adiamento da sabatina no Senado Federal. Segundo apuração da analista de política da CNN Isabel Mega, aliados comparam o atual estado do advogado-geral da União a um “paciente que saiu da UTI e foi transferido para a enfermaria” – ainda hospitalizado, mas em condição menos crítica.
De acordo com fontes próximas à articulação pela aprovação de Messias, a expectativa é que o recesso parlamentar, que se iniciana próxima semana, contribua para acalmar os ânimos e esfriar as tensões entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União–AP), e o Palácio do Planalto. “O mês de janeiro seria fundamental para criar um ambiente mais favorável ao nome indicado para a vaga deixada por Luiz Roberto Barroso”, afirma a analista.
Um dos principais obstáculos para a aprovação de Messias é a falta de diálogo com Alcolumbre. Segundo aliados, o indicado ao STF ainda não conseguiu estabelecer uma conversa direta com o presidente do Senado, que tem demonstrado resistência em aproximações. Esta situação exige uma mediação mais efetiva para pavimentar um cenário favorável à aprovação.
O cenário político do início de 2024 também preocupa apoiadores de Messias. O fim de ano turbulento nas relações entre os Poderes, marcado por operações determinadas pelo STF em torno das emendas parlamentares, pode criar um ambiente tenso para o retorno dos trabalhos legislativos. “A sabatina de Messias, que chegou a ser marcada “a fórceps” pelo presidente da CCJ em uma articulação alinhada com Alcolumbre, acabou sendo barrada pelo governo como estratégia para ganhar tempo, mas agora se encontra em um limbo de indefinição que dependerá das discussões que estarão em pauta no início do próximo ano legislativo”!, finaliza Isabel.
