A crise política no São Paulo ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (15/12). Conselheiros de oposição protocolaram um pedido de afastamento cautelar do presidente Julio Casares, após a divulgação de denúncias envolvendo a comercialização irregular de camarotes do estádio do MorumBis durante shows.
A iniciativa é liderada pelo movimento Salve o Tricolor Paulista, que afirma já ter reunido assinaturas suficientes para levar o caso ao Conselho Deliberativo do clube. Pelo estatuto, são necessárias adesões de 20% dos conselheiros — atualmente, 52 nomes — para que o pedido seja analisado formalmente.
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Julio Casares concedeu coletiva após demissões e vexame no brasileiro
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A ofensiva da oposição tem como base uma reportagem publicada pelo ge, que revelou áudios e documentos sobre um suposto esquema de desvio de receitas ligadas a camarotes usados em eventos no estádio. O material cita Douglas Schwartzmann, então diretor adjunto das categorias de base, e Mara Casares, diretora feminina, cultural e de eventos.
Nas gravações divulgadas, Douglas admite que houve ganho financeiro de pessoas envolvidas no esquema. Ele solicitou licença do cargo após a repercussão do caso. Mara Casares, ex-esposa do presidente do clube, também deixou temporariamente sua função administrativa.
Os áudios ainda mencionam o superintendente do São Paulo, Márcio Carlomagno, que passou a ser incluído no pedido de afastamento cautelar apresentado pelos conselheiros. Para o grupo, a medida é necessária para evitar interferências na apuração interna.
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Outro ponto destacado pela oposição é a localização do camarote citado nas denúncias, identificado em documentos do clube como “sala presidência” e situado em frente ao gabinete da Presidência. Segundo os conselheiros, o detalhe reforça questionamentos sobre o conhecimento da cúpula do clube a respeito dos fatos.
Após o protocolo, o pedido será encaminhado ao presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres. Caso seja considerado admissível pelas comissões competentes, o afastamento cautelar poderá ser submetido à votação dos conselheiros.
Fonte: Metrópoles

