“Personagens não foram criados para agradar”, diz atriz de Tremembé

No último trimestre de 2025, uma produção do gênero true crime gerou repercussão em todo o Brasil: Tremembé. A série de cinco episódios retrata alguns dos crimes mais chocantes e brutais da história do país, trazendo, principalmente, o recorte dos assassinos e a vida que levaram após as condenações.

Nesse contexto, antes do resultado chegar às telas do streaming, os atores Bianca Comparato e Kelner Macêdo se prepararam para dar a vida a dois dos criminosos mais conhecidos: Anna Carolina Jatobá, condenada pelo assassinato de Isabela Nardoni, e Cristian Cravinhos, condenado pela morte dos pais de Suzane von Richthofen.

Para ambos, encenar o momento dos crimes foi o ponto mais crítico, como contaram ao Na Palma da Mari. Bianca confessou que a cena a deixou abalada por muito tempo. “Foi demais para mim. No dia, eu já percebi: ‘meu Deus, não estou sabendo lidar’. E eu fui sentindo os efeitos com o tempo. Com apoio da família, dos amigos, dos companheiros de cena e da direção, eu consegui atravessar, mas, semanas depois, mesmo após a estreia, eu ainda me pegava pensando: ‘por que eu estou assim?’ Aí eu entendi que tinha vivido algo meio traumático.”

Já para Kelner, além da cena do assassinato, que o deixou com uma forte enxaqueca no dia seguinte, ele destacou o trecho final do seu personagem no presídio como um dos mais difíceis. “É a primeira vez que Daniel e Cristian Cravinhos conversam abertamente sobre o crime, sobre o peso, sobre a culpa…”, conta o ator. “Vemos as ruínas, o fracasso e a derrota, é o avesso do personagem”.

A caracterização foi um trabalho à parte. Kelner passava por uma longa sessão diária para raspar a cabeça, barba e aplicar as diversas tatuagens de Cristian. Ele revelou que o processo de remover as tatuagens ao fim do dia era um ritual essencial de “desprodução” para conseguir voltar para casa e se sentir ele mesmo novamente.

Bianca, por outro lado, recebia apenas detalhes sutis na maquiagem. “Quanto menos eu parecesse montada, melhor”, explicou. O foco estava em marcar as olheiras e reproduzir o olhar de Jatobá capturado em fotos e entrevistas. Na conversa com a Mari Palma, a atriz destaca que os “personagens não foram criados para agradar o público”, mas para retratar quem eram essas pessoas.

Outro ponto importante para a caracterização dos dois assassinos ia além da aparência: a voz. Para Kelner, paraibano, o sotaque paulistano foi uma “reparação histórica”, já que ele queria fugir das interpretações caricatas que costumam fazer do sotaque nordestino. Ele contratou uma fonoaudióloga particular, além da profissional presente no set, treinando várias vezes por semana, para dominar o “R” e o “S” de São Paulo.

Já Bianca, que é natural do Rio, mas tem experiência com personagens paulistas, trabalhou a voz e o jeito de falar de Jatobá, para refletir sua personalidade. Segundo a atriz, é “uma fala que transita entre o grave e o agudo”, revelando alguém que “retém e, de repente, solta; esconde e revela”.

Na Palma da Mari
Bianca Comparato e Kelner Macêdo contaram mais bastidores sobre “Tremembé”. Confira o papo completo: https://www.youtube.com/watch?v=lkLgBVVLVto

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