A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o futuro político da direita nas eleições de 2026 foram temas centrais de análise no programa especial Perspectivas 2026 da CNN Brasil. Declarado inelegível pelo TSE, o ex-mandatário enfrenta um cenário de crescente pressão judicial que pode resultar em sua detenção.
Durante o programa, a âncora Débora Bergamasco destacou que, mesmo inelegível, Bolsonaro mantém significativo capital político como cabo eleitoral. “Jair Bolsonaro é um cabo eleitoral. É difícil ele ser um formulador de políticas nesse momento. A interlocução dele está absolutamente comprometida”, explicou.
A sucessão de Bolsonaro na direita
Contrariando as expectativas ventiladas durante 2025 de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) seria o natural sucessor de Bolsonaro, Bergamasco traz outra avaliação: “O nome para substituir Jair Bolsonaro é Flávio Bolsonaro, não Tarcísio de Freitas. Eles não confiam em Tarcísio”.
Segundo a análise apresentada, a desconfiança do núcleo bolsonarista em relação a Tarcísio estaria relacionada à autonomia demonstrada pelo governador de São Paulo.
O prazo para definição de candidaturas
A âncora do CNN 360º também abordou o prazo limite para definição das candidaturas presidenciais. Abril de 2026 é estipulada como data decisiva, quando Tarcísio precisaria se desincompatibilizar do cargo de governador caso decida concorrer à presidência.
“Se ele for concorrer à reeleição, ele não se desincompatibiliza, ele continua governador. Agora, se ele for concorrer à presidência, aí ele precisa sair do cargo”, explicou a analista.
Ao final, Bergamasco questionou a percepção de que Tarcísio seria necessariamente mais competitivo eleitoralmente do que Flávio Bolsonaro: “Quem disse que Tarcísio é mais competitivo que Flávio? Quando colocar o Santinho do lado do Bolsonaro, a rejeição também passa”. A declaração sugere que o capital político do ex-presidente ainda pode ser transferido com eficiência para seu filho, mesmo diante de um cenário judicial adverso.

