Condenado a 24 anos por participar de um plano de golpe de Estado e preso desde novembro, o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier ainda não recebeu nenhuma visita de familiares ou amigos.
De acordo com um comunicado enviado pelo Gabinete do Comandante de Operações Navais ao STF (Supremo Tribunal Federal), a família do almirante reside no Rio de Janeiro e, por isso, ele só têm tido contato com advogados, equipe médica e oficiais responsáveis pela custódia.
Nesta semana, a defesa de Garnier pediu ao ministro Alexandre de Moraes que fosse autorizada “visitas familiares virtuais”, por meio de videoconferência. Segundo os advogados, a família do almirante tem dificuldades para se deslocar até Brasília. Nesta quinta (18), o ministro deu cinco dias para que a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifeste sobre a solicitação.
Além dos encontros virtuais, os advogados pedem a concessão do direito à remição de pena por leitura, um benefício que permite ao preso reduzir o tempo da condenação ao ler livros e apresentar resenhas ou relatórios sobre as obras.
A defesa pediu também autorização para a realização de curso superior na modalidade de ensino a distância (EAD). Segundo a petição, o objetivo seria “a ressocialização e o aproveitamento do tempo de custódia na unidade militar”. A PGR também deverá se manifestar sobre esses outros dois pontos.
O almirante cumpre pena na Estação de Rádio da Marinha, no Distrito Federal. Segundo o STF, ele foi o único comandante das Forças Armadas a aderir explicitamente ao plano golpista de Jair Bolsonaro (PL). Provas reunidas pela Corte mostram que Garnier teria colocado tropas da Marinha à disposição do então presidente.
Pesou para a condenação também o desfile inédito de tanques da Marinha na Praça dos Três Poderes, em agosto de 2021, realizado no mesmo dia da votação da PEC do voto impresso no Congresso Nacional. O STF considerou que a ação teria sido planejada nos bastidores do governo para intimidar o Parlamento e incentivar as ondas de ataque às urnas eletrônicas.
