A maioria dos brasileiros se posiciona contra a proposta que dificulta o impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), segundo pesquisa Genial/Quaest.
O levantamento indica que 51% dos entrevistados discordam da mudança, enquanto 33% afirmam concordar. Outros 16% disseram não saber ou não responderam.
A pesquisa também mostra diferenças conforme o posicionamento político dos entrevistados. Entre os que se identificam como lulistas, 46% concordam com a proposta de dificultar o impeachment de ministros do STF, enquanto 34% discordam e 20% não souberam ou não responderam. Já entre a esquerda não lulista, a rejeição é maior: 46% discordam, ante 38% que concordam.
Já os entrevistados independentes, metade (50%) se posiciona contra a medida, enquanto 30% são favoráveis.
Na direita não bolsonarista, chegou a 70%, contra 24% de concordância. Entre os bolsonaristas, 59% discordam da proposta, e 33% afirmam concordar.
O levantamento ouviu 2.004 pessoas entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Pesquisa: dificultar impeachment de ministros do STF
- Concorda: 33%
- Discorda: 51%
- Não sabe/ não respondeu: 16%
Posicionamento político
Lulista
- Concorda: 46%
- Discorda: 34%
- Não sabe/ não respondeu: 20%
Esquerda não Lulista
- Concorda: 38%
- Discorda: 46%
- Não sabe/ não respondeu: 16%
Independente
- Concorda: 30%
- Discorda: 50%
- Não sabe/ não respondeu: 20%
Direita não Bolsonarista
- Concorda: 24%
- Discorda: 70%
- Não sabe/ não respondeu: 6%
Bolsonarista
- Concorda: 33%
- Discorda: 59%
- Não sabe/ não respondeu: 8%
Lei do Impeachment
O resultado é divulgado em um momento em que o Senado decidiu adiar para 2026 a discussão e a votação de um projeto de lei que revê a Lei do Impeachment.
Com o aval do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), o tema foi retirado da agenda legislativa. O texto era visto como uma resposta do Senado a uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que limitou regras para pedidos de impeachment.
A proposta de uma nova lei do impeachment foi apresentada em 2023, durante a presidência de Rodrigo Pacheco, e discutida por uma comissão de juristas, da qual fez parte o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
O texto original previa, por exemplo, um prazo de até 30 dias para que o presidente da Câmara decidisse sobre denúncias por crime de responsabilidade contra o presidente da República. Atualmente, esses pedidos podem permanecer sem definição, acumulados sem arquivamento ou andamento.

