Quem é Nicolás Maduro, ditador da Venezuela

Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, assumiu o poder em 2013. Desde então, a maneira que conduz o regime é criticada por outras nações e organizações, que também questionam o cumprimento dos processos democráticos no país.

O chavista venceu as eleições presidenciais pela primeira vez em 14 de abril de 2013, superando Henrique Capriles por menos de dois pontos percentuais, iniciando uma nova era na vida do país latino-americano após a morte de Hugo Chávez.

Recentemente, a oposição da Venezuela contestou o resultado das eleições de 2024, após Maduro declarar que venceu a votação. Diversos países, entre eles Argentina, Brasil e Estados Unidos, também não reconheceram a vitória do ditador.

Em setembro deste ano, a tensão entre Venezuela e Estados Unidos aumentou depois que Washington iniciou uma operação contra supostos barcos de narcotráfico no Caribe. O governo de Donald Trump pressiona Maduro a deixar o poder.

Quem é Nicolás Maduro?

Nicolás Maduro Moros nasceu em 23 de novembro de 1962, na cidade de Caracas, capital da Venezuela.

Ele é filho de Nicolás Maduro García e Teresa de Jesus Moros. É casado com Cília Flores, com quem teve um filho, Nicolás Jr.

Maduro trabalhou como motorista de ônibus e fez parte ao sindicato de trânsito. Em 1983, foi guarda-costas do candidato presidencial José Vicente Rangel.

Ele fez campanha pela libertação de Hugo Chávez da prisão por tentativa de golpe de 1992 para derrubar o presidente Carlos Andrés Pérez. Após a libertação de Chávez, o ajudou a fundar o partido político Movimento V República.

Nicolás Maduro foi eleito em 1999 para a Assembleia Nacional Constituinte, órgão convocado para redigir uma nova Constituição. Um ano depois, foi eleito para a Assembleia Nacional, o Poder Legislativo do país.

Nos anos de 2005 e 2006, foi porta-voz da Assembleia Nacional. Além disso, foi Ministro das Relações Exteriores entre 2006 e 2013.

Em 12 de outubro de 2012, foi escolhido por Hugo Chávez como seu vice-presidente.

Entretanto, pouco tempo depois, em 9 de dezembro do mesmo ano, Chávez apoiou Maduro para sucedê-lo, pois passaria pela quarta cirurgia no tratamento de câncer.

Chávez morreu em 5 de março de 2013, e, três dias depois, Nicolás Maduro tomou posse como presidente interino.

Eleição presidencial de 2013

Nicolás Maduro venceu a eleição presidencial da Venezuela por menos de dois pontos percentuais em 14 de abril de 2013, em disputa contra Henrique Capriles Radonski.

Três dias depois, o presidente da Suprema Corte decidiu que uma recontagem manual dos votos seria inconstitucional.

Maduro tomou posse um dia depois de o Conselho Nacional Eleitoral anunciar planos para concluir uma auditoria dos votos, em 19 de abril.

No mesmo ano, ele anunciou a expulsão de três diplomatas americanos, alegando que eles estiveram envolvidos em um apagão generalizado no início de setembro.

Protestos e mudança na Constituição

Protestos estudantis na Venezuela chamaram a atenção do mundo em fevereiro de 2014, após a morte de três pessoas.

Grandes problemas sociais e econômicos alimentaram as manifestações, com algumas pessoas culpando o governo por esses problemas.

Em janeiro de 2016, Maduro declarou estado de “emergência econômica” e, poucos meses depois, “emergência constitucional”.

Em outubro do mesmo ano, o líder chavista participou de conversas com opositores políticos pela primeira vez em dois anos.


Nicolás Maduro pede que milicianos compareçam a quartéis • Presidência da Venezuela

Em 1° de maio de 2017, Nicolás Maduro anunciou uma ordem executiva que abria caminho para alterações à Constituição que remodelariam a legislatura e redefiniriam os seus poderes executivos.

Também foram realizadas eleições para substituir a Assembleia Nacional por um novo órgão legislativo pró-Maduro denominado Assembleia Nacional Constituinte.

Embora Maduro tenha reivindicado vitória, os líderes da oposição disseram que a votação foi fraudulenta.

Em meio aos confrontos entre a polícia e os manifestantes, pelo menos seis pessoas morreram.

Reeleição em 2018 e suposta tentativa de assassinato

Em 20 de maio de 2018, em eleição questionada pelos líderes da oposição e pela comunidade internacional, Maduro ganhou mais um mandato de seis anos. A participação eleitoral caiu para 46%, abaixo dos 80% registados em 2013.

No dia seguinte, uma aliança de 14 países latino-americanos e o Canadá, conhecida como Grupo de Lima, emitiu um comunicado classificando o pleito como ilegítimo.

Em 4 de agosto de 2018, Nicolás Maduro sobreviveu a uma suposta e tentativa de assassinato, depois que vários drones armados com explosivos voaram em sua direção durante um discurso numa parada militar.

Maduro atribui o ataque a pessoas da extrema direita e a Juan Manuel Santos, ex-presidente cessante da Colômbia. Uma fonte presidencial colombiana disse à CNN que as acusações de Maduro eram “infundadas”.

Seis pessoas foram presas após o suposto atentado, segundo o ministro do Interior venezuelano.

Em 8 de outubro de 2018, Fernando Albán, um dos suspeitos de envolvimento no caso e crítico de Maduro, morre ao cair do décimo andar de um edifício.

Autoridades de inteligência dizem que a morte de Albán foi suicídio, mas os críticos acusam o governo de assassinato em meio à repressão a grupos de oposição e ativistas de direitos humanos.

Em 25 de setembro de 2018, os Estados Unidos impuseram sanções à esposa de Nicolás Maduro e a três outros membros do seu círculo íntimo.

Plano para golpe contra Maduro

Em 2018, o New York Times publicou uma matéria detalhando reuniões secretas entre autoridades dos Estados Unidos e oficiais militares venezuelanos que planejavam um golpe contra Maduro.

Em setembro do mesmo ano, a CNN confirmou a reportagem, que descreve uma série de reuniões ao longo de um ano. Em última análise, o governo dos EUA decidiu não apoiar o golpe.

Protestos contra o governo e Juan Guaidó

Em 10 de janeiro de 2019, Nicolás Maduro iniciou mais seis anos no poder, embora a maioria dos países da região tenha se recusado a reconhecê-lo como presidente.

A OEA (Organização dos Estados Americanos) informou houve uma votação — com placar de 19 a 6, com oito abstenções — para não reconhecer a legitimidade do governo de Maduro.

No final do mesmo mês, Juan Guaidó, um líder da oposição que presidiu a Assembleia Nacional durante três semanas à época, se declarou presidente interino em meio a protestos antigovernamentais generalizados.

Os Estados Unidos e outros países, incluindo Canadá, Argentina e Brasil — sob o governo de Jair Bolsonaro –, reconheceram Guaidó como presidente.

Após o anúncio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu governo reconheceu Guaidó como presidente legítimo. Maduro acusou os EUA de apoiarem uma tentativa de golpe e deu aos diplomatas americanos 72 horas para deixar o país.

Governo derrota suposta tentativa de golpe

Em, 30 de abril de 2019, durante um discurso transmitido pela televisão, Maduro afirmou que as tropas leais a ele derrotaram uma “tentativa de golpe” de Donald Trump e do conselheiro de segurança nacional John Bolton.

O então secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse à CNN que Maduro se preparava para deixar o país de avião, mas os russos o convenceram a ficar.

Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a fala de Pompeo é falsa.

Relatório da ONU sobre violações de direitos humanos

Em 4 de julho de 2019, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos publicou um relatório altamente crítico ao governo de Maduro.

Com base em pesquisas realizadas entre janeiro de 2018 e maio de 2019, o documento “destaca padrões de violações que afetam direta e indiretamente todos os direitos humanos”.

Respondendo alguns dias depois, Maduro disse que o relatório contém manipulações e dados imprecisos.

Eleição presidencial de 2024

Nicolás Maduro foi declarado vencedor da eleição presidencial de 2024 pelo Conselho Eleitoral da Venezuela, que é alinhado ao regime chavista. Assim, foi reconduzido para um mandato de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.

Porém, a votação foi amplamente questionada e o resultado não foi reconhecido por diversos países e organizações. O Carter Center, que serviu como observador das eleições, havia pedido publicação dos resultados das mesas eleitorais, o que não ocorreu.

A principal candidata da oposição, María Corina Machado, foi barrada de concorrer após ser proibida de ocupar cargos públicos no país por 15 anos. Então, os adversários de Maduro inscreveram Edmundo González Urrutia para a disputa.

Após a divulgação do resultado pelo Conselho Eleitoral, a oposição afirmou que teve acesso a 73% das atas e que González era o verdadeiro vencedor.

Tarek Saab, procurador-geral do regime, afirmou à CNN que as atas foram falsificadas.

Protestos estouraram no país após a eleição de 2024. De acordo com os números do próprio governo venezuelano, pelo menos 2.400 pessoas foram detidas, incluindo vários menores de idade, e organizações não governamentais relataram 24 pessoas mortas.

Por fim, González acabou se asilando na Espanha — o que foi classificado como “exílio forçado” pela OEA — após um tribunal ter ordenado a sua prisão sob acusações relacionadas com a publicação dos resultados eleitorais em um website.

Maduro assumiu o novo mandato em 10 de janeiro de 2025.

Tensão com os Estados Unidos em 2025

Em julho de 2025, os Estados Unidos ofereceram uma recompensa de US$ 25 milhões para informações que levem à prisão e/ou condenação do ditador da Venezuela.

A decisão foi tomada depois que o Departamento do Tesouro americano designou o Cartel de Los Soles como uma organização terrorista internacional, acusando diretamente Maduro de liderar o grupo, o que o chavista nega.

Em agosto, a recompensa contra Maduro foi aumentada para US$ 50 milhões.

Apesar de não haver informações oficiais sobre o cartel, a tese do governo americano é que ele surgiu junto à chegada de Hugo Chávez ao poder, em 1999, e foi responsável por uma espécie de “estatização do tráfico de drogas” no país, transformando a Venezuela em um narcoestado.

A tensão entre os países aumentou depois que os Estados Unidos mobilizaram navios para a costa venezuelana como parte de uma operação contra cartéis de drogas latino-americanos.

Em uma conversa com o Donald Trump, Maduro teria feito diversos pedidos que foram recusados pelo presidente dos Estados Unidos.

Maduro disse que estava disposto a deixar a Venezuela desde que ele e seus familiares tivessem anistia legal total, incluindo a remoção de todas as sanções dos EUA e o fim de um caso emblemático que ele enfrenta no TPI (Tribunal Penal Internacional), disseram três fontes.

O TPI investiga alegações de violações de direitos humanos e crimes contra a humanidade cometidos no país sul-americano desde 12 de fevereiro de 2014 por autoridades.

O ditador também solicitou a remoção das sanções a mais de 100 autoridades do regime venezuelano, muitas delas acusadas pelos EUA de abusos de direitos humanos, tráfico de drogas ou corrupção, de acordo com as três pessoas.

Segundo duas fontes, Maduro pediu que a vice-presidente Delcy Rodríguez administrasse um governo interino antes de novas eleições.

Trump rejeitou a maioria de suas solicitações na ligação, que durou menos de 15 minutos, mas disse a Maduro que ele tinha uma semana para deixar a Venezuela para o destino de sua escolha junto com seus familiares. O prazo terminou no dia 28 de novembro.

Em meio às crescentes tensões, Maduro prometeu “lealdade absoluta” ao povo venezuelano.

“Tenham certeza de que, assim como jurei diante do corpo de nosso comandante Chávez, antes de me despedir dele, lealdade absoluta ao custo de minha própria vida e tranquilidade, juro a vocês lealdade absoluta até depois de podermos viver esta bela e heroica história”, disse Maduro, referindo-se ao seu antecessor Hugo Chávez.

“Tenham certeza de que nunca irei falhar com vocês, nunca, nunca, nunca”, adicionou.

As tropas dos EUA realizaram diversos ataques a supostos barcos de traficantes no Caribe e no Pacífico desde setembro, matando dezenas de pessoas.

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