Novas informações sobre a morte do advogado e colunista social Moisés Alencastro foram reveladas por dois investigadores à reportagem de oseringal, na manhã desta sexta-feira, com detalhes sobre uma luta corporal dentro do apartamento da vítima, na noite do último domingo.
Não se tratou de latrocínio (matar para roubar), tampouco crime passional (praticado sob impulso de paixão irreprimível). A dupla presa pela polícia confessou a autoria e, em depoimento na delegacia, disse o que ocorreu horas antes, durante e depois da tragédia.
Moisés fez questão de ter a companhia de duas pessoas e propôs pagamento via pix pelo programa. O primeiro contato foi feito com Natanael Oliveira de Lima (preso nesta quinta-feira), que aceitou a proposta e agenciou Antônio Moraes, de 22 anos (que esfaqueou Moisés até a morte e foi preso inicialmente na quarta-feira). Ambos beberam e usaram drogas antes de seguirem ao apartamento num Uber cuja corrida também foi paga pelo advogado, que os esperava sozinho.
A tensão ficou evidente quando o volume da música aumentou repentinamente, momento em que vozes eram ouvidas também, mas sem despertar muita preocupação de um vizinho que usava fone de ouvido. Ele fez esse relato ao delegado.
Não está claro se Antônio conhecia Moisés pessoalmente, mas ele tinha o advogado como “seguindo” em seu Instagram. Já Natanael não tem rede social ativa, pelo menos não há registro após a data do crime.
O telefone celular do colunista ainda não foi localizado. Registros de mensagens e ligações feitas e recebidas devem confirmar – ou não – a versão apresentada pelos assassinos.
Segundo o investigador, com base no que os dois criminosos disseram na delegacia, Moisés exigiu uma “inversão do ato sexual”, e apontou Antônio como o seu preferido. O assassino resistiu. Não houve agressão por parte de Moisés, mas uma insistência verbal que irritou Antônio, ao ponto de o comparsa defendê-lo.
Natanael, diz o investigador, imobilizou o advogado enquanto Antônio apanhou uma faca na cozinha, voltou ao quarto e desferiu o primeiro golpe no pescoço de Moisés. Outra estocada foi na costela, que teria atingido o coração do colunista.
Após isso, a dupla de criminosos recolheu pertences de Moisés (encontrados pela polícia na casa de Antônio), deixou o apartamento e roubou o carro do advogado, batendo duas vezes com o veículo no portão do condomínio.
O investigador disse não ser possível, nesse momento, determinar a causa da morte. O laudo que vai tirar esta dúvida ainda não saiu, razão pela qual as autoridades policiais cancelaram uma coletiva de imprensa que estava agendada para esta sexta-feira.
Momento antes de fechar esta reportagem, recebemos a informação de que a justiça manteve a prisão de Natanael e Antônio em audiência de custódia.
