A cidade de São Paulo começou, neste sábado (6), uma campanha de vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal causador de bronquiolite em recém-nascidos, para de gestantes a partir da 28ª semana de gravidez, com o objetivo de proteger os bebês da doença.
O primeiro lote da vacina contra o vírus chegou ao Brasil nesta semana. De acordo com o Ministério da Saúde, entre as 673 mil doses nacionais, 134,5 mil foram destinadas ao estado de São Paulo, sendo 34 mil à capital paulista.
A aquisição integra a campanha que prevê inicialmente 1,8 milhão de doses e investimento de R$ 1,17 bilhão. A oferta no SUS (Sistema Único de Saúde) foi viabilizada por meio de uma parceria com o Instituto Butantan e o laboratório produtor, que inclui a transferência de tecnologia para o Brasil.
Na rede privada, a dose da vacina pode custar até R$ 1,5 mil. Segundo Ministério da Saúde, a vacinação materna mostrou eficácia de 81,8% na prevenção de doenças respiratórias graves causadas pelo VSR nos bebês no período dos primeiros 90 dias após o nascimento.
O vírus é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite e 40% das pneumonias em crianças menores de dois anos. A vacina oferece proteção imediata aos recém-nascidos, reduzindo hospitalizações.
Até novembro de 2025, o Brasil registrou 43,1 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo VSR. Desse total, mais de 35,5 mil hospitalizações ocorreram em crianças com menos de dois anos, o que representa 82,5% dos casos no período.
“É muito importante vacinar durante a gravidez para que o bebê já nasça protegido. É o SUS, o maior sistema de saúde pública do mundo, garantindo que essa mãe tenha acesso gratuito à proteção para o seu filho contra uma das principais causas de internação de crianças”, destacou o ministro da saúde, Alexandre Padilha.
Não há tratamento específico para a bronquiolite, uma vez que a maior parte dos casos são por infecções virais. O tratamento clínico inclui terapia de suporte, suplementação de oxigênio conforme necessário, hidratação e uso de broncodilatadores, substâncias que dilatam as pequenas vias aéreas, especialmente quando há chiado evidente.
Em São Paulo, a vacinação acontece nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Ao sábados, o serviço pode ser encontrado nas Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/Unidades Básicas de Saúde Integradas, das 07h às 19h.
Para se vacinar, a gestante precisa de um documento de identificação e o comprovante de 28 semanas de gestação. A recomendação é tomar dose única a cada nova gravidez. Também é possível atualizar a situação vacinal das gestantes, incluindo vacinas contra influenza e covid-19.
A disponibilidade da vacina pode ser consultada pelo site da prefeitura de São Paulo “Olho na Fila”. Já o endereço das unidades de saúde da rede municipal podem ser encontrados no site buscasaude.prefeitura.sp.gov.br.
*Sob supervisão de Luan Leão
