O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (11) que o estado vive uma “grande epidemia” de feminicídios e prometeu intensificar ações de combate à violência contra a mulher.
A declaração faz referência ao maior número de casos registrados desde o início da série histórica, em 2015: 53 feminicídios somente neste ano.
“Temos um grande problema, uma grande epidemia, que é a violência contra a mulher. Temos que combater e vamos usar toda a energia necessária para isso”, afirmou durante um evento em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Tarcísio também explicou a mudança no comando da Secretaria de Políticas para a Mulher, agora liderada pela delegada Adriana Liporini, que, segundo ele, tem experiência no enfrentamento à violência de gênero.
O governador disse considerar o enfrentamento à violência contra mulheres um dos maiores desafios de sua gestão, por se tratar de crimes passionais, cometidos, em grande parte, por pessoas próximas das vítimas.
“Tivemos redução de latrocínio, homicídio e roubos em geral, mas, nesses casos, ainda há dificuldades. Muitas vezes há constrangimento da mulher para procurar ajuda”, afirmou.
Tarcísio citou políticas implementadas pelo governo, como as 160 salas DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) abertas 24 horas e o aplicativo Mulher Segura, que permite registrar boletins de ocorrência e solicitar medidas protetivas. Ele destacou também o uso de tornozeleiras eletrônicas para monitorar agressores.
Apesar do discurso, a proposta de Lei Orçamentária de 2026 enviada à Alesp reduz em 54% o orçamento destinado à Secretaria de Políticas para a Mulher — de R$ 36,2 milhões aprovados para 2025 para R$ 16,5 milhões.
O governo afirmou que o valor representa aumento em relação aos R$ 9 milhões inicialmente propostos pelo Executivo para este ano. O texto deve ser votado na próxima semana.
Questionado, Tarcísio argumentou que a secretaria tem função transversal e que as políticas são executadas por outras pastas.
“Quando falamos de orçamento, é preciso cuidado: a secretaria não executa as políticas. A saúde da mulher é executada pela Saúde; a segurança da mulher, pela Segurança Pública”, disse.
O governador ainda afirmou que os números devem crescer nos próximos meses, não por aumento da violência, mas por maior procura das vítimas por ajuda.
“Imagino que tenhamos crescimento na estatística porque as mulheres devem procurar mais ajuda. Precisamos tomar todas as providências para mitigar esse problema. Uma coisa fundamental é a punição severa e dura para quem comete esses crimes, para que sirva de exemplo.”

