A estratégia do governo de Donald Trump em relação ao Brasil e sua decisão, nesta sexta-feira (12), de retirar a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), estão diretamente ligadas à Venezuela, e não à tramitação do PL da Dosimetria no Congresso brasileiro, conforme avaliou Thiago de Aragão, CEO da Arko Advice Internacional, durante o WW.
O especialista explicou que as prioridades de Trump são frequentemente de curto prazo e se sobrepõem rapidamente. “Nessa questão específica, hoje, qualquer coisa abaixo do México, para o Trump, a única coisa que importa é a Venezuela”, afirmou Aragão.
Segundo ele, Trump enxerga o Brasil como um personagem estratégico fundamental na questão venezuelana: “Ele entende que o Brasil é um personagem muito importante na questão da Venezuela, seja como alguém que pode apoiar, seja como alguém que pode não atrapalhar, seja como alguém que pode apoiar não publicamente determinadas ações”.
De acordo com Thiago de Aragão, a decisão surpreendeu inclusive os defensores da dosimetria, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pois ocorreu antes da finalização do projeto no Senado e de sua eventual sanção presidencial.
Aragão destacou que a retirada da Lei Magnitsky aplicada a Alexandre de Moraes seria precipitada se estivesse relacionada apenas à dosimetria, uma vez que o projeto ainda não foi totalmente finalizado no Congresso brasileiro. Esta ação, na visão do analista, evidencia que os interesses americanos na região estão mais focados na situação política da Venezuela do que em questões internas brasileiras.