A baixa ingestão de água costuma passar despercebida, mas pode alterar o funcionamento de todo o organismo antes mesmo da sede surgir. Os rins são responsáveis por filtrar o sangue e eliminar substâncias tóxicas, por isso, são os primeiros a sentir quando o corpo está desidratado.
Mesmo uma desidratação leve traz prejuízos para a mente e o corpo. Na mente, a concentração diminui e a memória é afetada. No corpo, o desempenho em exercícios cai, a pressão arterial diminui e a temperatura corporal pode aumentar, podendo evoluir para exaustão por calor.
Isso tudo acontece porque o organismo entra em “modo de economia de água”, sobrecarregando os rins, que precisam intensificar a reabsorção de líquido para manter as funções vitais.
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Principais sinais de um corpo desidratado
A desidratação contínua provoca sintomas pouco específicos, o que faz muita gente não relacioná-los à falta de água. Especialistas ouvidos pelo Metrópoles listaram os principais sinais que podem aparecer no dia a dia:
- Cansaço constante: surge pela menor irrigação dos tecidos e pela queda na oxigenação do cérebro e dos músculos.
- Dor de cabeça frequente: o volume reduzido de sangue circulante faz o corpo funcionar em ritmo mais lento, favorecendo episódios de dor.
- Tontura ao levantar: o organismo tem dificuldade de estabilizar a pressão arterial quando o volume de líquido está baixo.
- Urina escura ou com odor forte: a concentração aumenta porque o rim tenta reter água, deixando o xixi mais escuro e denso.
- Menor volume de urina ao longo do dia: o corpo diminui o ritmo de produção de xixi para economizar líquido e proteger funções essenciais.
A falta de água muda o funcionamento de vários sistemas do organismo, desde a regulação da pressão até o equilíbrio dos sais minerais
Como o corpo reage quando está desidratado?
A desidratação faz com que o corpo acione alguns métodos de compensação. Para tentar guardar a água que resta, o organismo inicia processos que deixam tudo mais econômico: a liberação de hormônios que seguram líquido aumenta, o volume filtrado pelos rins diminui e a circulação sanguínea também.
Esses mecanismos, juntos, deixam a urina escura e concentrada, um dos primeiros sinais de que o corpo está em alerta. Com o passar do tempo, esse esforço extra se torna pesado.
As células dos rins ficam expostas a um ambiente mais denso e pouco irrigado, situação que provoca uma queda temporária da função renal e facilita danos acumulativos em pessoas que vivem em períodos repetidos de desidratação.
“Mesmo uma queda pequena no volume de água disponível já muda a forma como o rim filtra o sangue, porque ele passa a receber um fluxo mais lento e concentrado. Esse cenário força as estruturas renais a trabalhar no limite para manter o equilíbrio do corpo”, explica Pedro Mendes Filho, nefrologista do Hospital Brasília.
Quem tem mais risco de sofrer com desidratação?
Nem todos sentem sede da mesma forma. Crianças e idosos costumam perceber menos a falta de água e, muitas vezes, dependem de outras pessoas para manter a ingestão adequada.
Quem trabalha no calor, passa horas no ar-condicionado ou pratica exercícios intensos também perde líquido com rapidez. Há ainda alguns hábitos do dia a dia que pioram a situação.
Café em excesso, chás estimulantes, bebidas alcoólicas e o uso de diuréticos aumentam a eliminação de água e deixam o corpo desregulado com mais facilidade.
“Em idosos, por exemplo, essa percepção de sede é ainda menor, o que faz com que o corpo permaneça em déficit por longos períodos sem que a pessoa perceba”, afirma o nefrologista Filipe Krüger, do Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro.
Possíveis complicações nos rins pela desidratação
A falta de água altera o ambiente dos rins e deixa tudo mais propenso a problemas. A urina muito concentrada facilita a formação de cristais, que podem se agrupar e evoluir para cálculos renais.
Além disso, o fluxo reduzido de água compromete a limpeza natural das vias urinárias, permitindo que bactérias se instalem com mais facilidade e provoquem infecções.
Com o passar dos anos, essas agressões se acumulam e aumentam o risco de doença renal crônica, condição caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível da capacidade dos rins de exercerem suas funções.
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Fonte: Metrópoles
