Sem dúvida, a ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela, é o que se pode dizer de uma ditadura desse tipo: nojenta. Ele permanece no poder por uma mescla de repressão, perseguição, mentira, roubo, corrupção e também incompetência de seus adversários.
Entre estes adversários está o presidente dos EUA, Donald Trump, que resolveu provar ser competente em remover uma ditadura nojenta. Não é por defender democracia, ética ou direitos humanos, é por razões domésticas e políticas. É por razões econômicas poderosas – leia-se maior reserva de petróleo do mundo na Venezuela.
E, porque Trump, sendo Trump, cismou com o assunto, que está conduzindo do jeito dele. Se o motivo é atacar o narcotráfico, o republicano montou um aparato militar muitas vezes superior ao necessário. Se é remover uma ditadura, Trump montou um aparato militar muitas vezes inferior ao necessário.
Na melhor das hipóteses, o ditador Maduro morre de medo, arruma um exílio e garante que um monte de cúmplices possa usufruir da grana. Na pior das hipóteses, o ditador fica onde está, mostra a língua para Trump, aguenta uns ataques aéreos que poucos países vão apoiar, ou seja, paga para ver.
Em qualquer hipótese, a armadilha para Maduro está virando uma armadilha para o presidente americano. Se o ditador venezuelano sai, está óbvio que os americanos não têm qualquer plano para o dia depois, como já aconteceu em invasões, como a do Iraque.
Se Maduro fica, o republicano é um perdedor, mesmo deslocando um dos mais poderosos aparatos militares do mundo para as proximidades da Venezuela.
É isto que Trump chama de a arte do negócio?

