Centenas de pessoas marcharam em Barcelona neste sábado (9) em apoio aos palestinos e contra a guerra na Faixa de Gaza.
Manifestantes gritam frases como “Gaza você não está sozinha” e seguraram cartazes com o rosto do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu atrás das grades.
“Vim aqui porque é muito doloroso. Estamos vendo isso ao vivo e é um genocídio, independentemente do nome que queiram dar. É a impotência de não saber o que fazer, você não sabe o que fazer, e o mínimo que podemos fazer é vir ao protesto, caso alguém queira ouvir, o que está acontecendo é terrível”, disse a manifestante Anna Namera.
A cidade de Berlim também foi palco de um protesto a favor da Palestina neste sábado (9).
Na sexta-feira (8), os ministros das relações exteriores da Austrália, Alemanha, Itália, Nova Zelândia e Reino Unido condenaram veementemente a decisão do Gabinete de Segurança de Israel de lançar uma nova operação militar em larga escala em Gaza.
O agravamento da crise humanitária em Gaza e os planos de Israel de expandir o controle militar sobre o território levaram países como a Alemanha a restringir as exportações de armas para Israel, uma medida historicamente difícil para Berlim, impulsionada pela crescente indignação pública.
No início do dia, em Londres, a Polícia Metropolitana prendeu 150 pessoas em um protesto contra a decisão britânica de banir o grupo ativista Ação Palestina.
Entenda a guerra na Faixa de Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em outubro de 2023 depois que o grupo radical palestino Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.
Combatentes do Hamas mataram 1.200 pessoas em Israel e sequestraram 251 reféns.
Tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.
Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).
Desde o início da guerra, pelo menos 60 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde Palestino. O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.
Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.
Em maio, o governo israelense informou que o grupo radical palestino Hamas ainda mantinha 59 reféns em Gaza, dos quais 24 estavam vivos e 35 mortos.
Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino. De acordo com a ONU, mais de 800 pessoas foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.
Agora, essa função cabe somente à GHF (Fundação Humanitária de Gaza), uma organização até então desconhecida sediada nos EUA. Organizações como a ONU e especialistas em situação humanitária criticam o trabalho da GHF alegando falta de expertise e isenção.
Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.