A série documental baseada em podcast homônimo de sucesso, “A Mulher da Casa Abandonada”, chega ao streaming nesta sexta-feira (15). Com novas revelações, depoimentos exclusivos e detalhes nunca vistos, os três episódios serão lançados de uma só vez no Prime Video.
O podcast, que foi um dos mais ouvidos do país em 2022, traz a investigação do jornalista Chico Felitti sobre a dona de uma mansão em ruínas em um dos bairros mais nobres de São Paulo.
Em sua busca, ele descobre que a moradora, junto ao seu ex-marido, é acusada de agressão e de manter ilegalmente Hilda Rosa dos Santos, uma trabalhadora doméstica brasileira, por cerca de 20 anos nos Estados Unidos.
A produção de áudio teve consentimento da vítima, que optou por não aparecer no programa, apesar de ter conversado com Felitti. Agora, o documentário do Prime Video trará pela primeira vez as declarações da trabalhadora doméstica, além de apresentar novos detalhes do caso.
Relembre a história real que inspirou a série
Desde que o jornalista Chico Felitti publicou o primeiro episódio da série de reportagens em áudio “A Mulher da Casa Abandonada” em junho de 2022, um inquérito policial foi aberto, um mandado de busca e apreensão cumprido e dezenas de pessoas curiosas começaram a ir até o local e publicar relatos nas redes sociais.
A repercussão envolve um crime cometido há mais de 20 anos, nos Estados Unidos. Segundo informações de Felitti, a proprietária de uma mansão “abandonada” no bairro de Higienópolis — região nobre de São Paulo — foi acusada de manter uma empregada doméstica em trabalho análogo à escravidão durante décadas nos EUA.
Margarida Bonetti, a dona da casa, continua vivendo no local desde que voltou da América do Norte, antes de ser julgada pelo crime. Na época, seu marido, Renê Bonetti, foi julgado e cumpriu sentença nos Estados Unidos.
Como o Brasil não extradita seus cidadãos, Margarida pôde permanecer no país, mesmo procurada pelo FBI. Vinte e dois anos após a investigação, o crime prescreveu e “A Mulher da Casa Abandonada” não foi julgada.

Na época em que o podcast foi produzido, imagens do exterior da casa mostravam que o terreno estava coberto por vegetação e do lado interno, repleto por móveis acumulados, itens pessoais e lixo. Dias depois, a Prefeitura de São Paulo chegou a multar o imóvel em R$ 2.189,39 após uma vistoria constatar falta de limpeza do local.
Diante da situação da residência e de denúncias de vizinhos, a Polícia Civil ainda abriu um inquérito para investigar se Margarida Bonetti foi abandonada pela família — no caso dela não deter de suas faculdades mentais.
As autoridades ouviram desde então uma irmã de Margarida, Rosa Vicente de Azevedo, que informou à Polícia que a irmã é bem tratada, tem tudo que precisa e que está completamente bem em relação à sua saúde mental.
Ainda segundo o depoimento de Rosa, a mansão teria sido atingida por um tiro depois da repercussão do podcast, o que teria feito com que Margarida deixasse o local temporariamente.
Em uma entrevista recente ao About Amazon, Chico ainda atualizou que nos meses que se seguiram ao lançamento do podcast, o número de denúncias de suspeita de trabalho análogo à escravidão doméstica mais do que dobrou em território nacional. “É por isso que acho válido, até importante, trazer ao público uma série sobre esse caso”.
A direção da série é assinada por Katia Lund – que também é produtora executiva -, com roteiro de Tainá Muhringer, Fernanda Polacow, Henrique dos Santos, Mari Paiva e Karolina Santos. Chico Felitti, criador do podcast, é consultor criativo e produtor executivo.
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*Com informações de Renata Souza, da CNN e Larissa Santos, em colaboração para a CNN