Consumo de ultraprocessados impacta saúde sexual masculina, diz estudo

O consumo de alimentos ultraprocessados pode trazer mais prejuízos do que o ganho de peso para homens. É o que afirma um novo estudo liderado pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca. Segundo os pesquisadores, as comidas podem reduzir a qualidade do esperma, além de prejudicar a produção de hormônios envolvidos no metabolismo masculino.

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A pesquisa foi publicada na revista científica Cell Metabolism em agosto. O objetivo era entender quais eram os impactos do consumo de ultraprocessados, mesmo em dietas com quantidade de calorias e nutrientes iguais.

“Ficamos chocados com a quantidade de funções corporais prejudicadas por alimentos ultraprocessados, mesmo em homens jovens e saudáveis”, afirma um dos autores do artigo, o biólogo molecular Romain Barrès.

O que são ultraprocessados?

  • A classificação divide os alimentos em quatro categorias. A primeira é dos alimentos in natura (frutas, vegetais, carnes grãos cozidos).
  • Em seguida vem os ingredientes culinários (farinha, açúcar, sal, óleo, temperos e fermentos). Depois, os alimentos processados que são produzidos, em geral, com a adição de ingredientes culinários a alimentos in natura. São doces que usam partes de fruta, queijos, pães, etc.
  • Por fim estão os alimentos ultraprocessados. São produtos industrializados com corantes e aditivos artificiais que se afastam do aspecto natural de um alimento e muitas vezes nem usam o ingrediente natural em sua composição. Entre eles, refrigerantes, salgadinhos, gelatinas, etc. Eles são associados a diversos problemas de saúde.

Impactos dos ultraprocessados

Durante a análise, 43 homens cisgêneros, com idades entre 20 e 35 anos, seguiram duas rotinas alimentares distintas com o intervalo de três meses entre elas. As duas dietas tinham a mesma quantidade de calorias e ingestão de nutrientes.

A grande diferença estava na composição delas: uma tinha 77% das calorias baseadas em ultraprocessados e a outra possuía 66% das calorias ligadas a alimentos não processados.

Ao seguir a dieta com maioria de ultraprocessados, os homens ganharam em média quase um quilo de gordura corporal. No organismo, houve um aumento de um produto químico chamado cxMINP, uma substância ligada a plásticos. Ela pode interferir na produção de hormônios envolvidos no metabolismo masculino.

O consumo também provocou uma diminuição nos níveis de testosterona e do hormônio folículo-estimulante, essencial para a criação de espermatozoides. Após a descoberta, os cientistas suspeitam que a queda na qualidade de espermas também pode estar ligada a ingestão excessiva de ultraprocessados.

4 imagensEsses alimentos prejudicam a saúde por conter ingredientes danosos como corantes, conservantes e aromatizantesDoces e refrigerantes são alguns exemplos de alimentos ultraprocessados com muito açúcarAlimentos ultraprocessados são considerados os "vilões" da saúdeFechar modal.1 de 4

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Esses alimentos prejudicam a saúde por conter ingredientes danosos como corantes, conservantes e aromatizantes

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Doces e refrigerantes são alguns exemplos de alimentos ultraprocessados com muito açúcar

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Alimentos ultraprocessados são considerados os “vilões” da saúde

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Os pesquisadores ressaltam que os riscos não estão associados à quantidade, mas sim à natureza processada das comidas.

“Nossos resultados comprovam que alimentos ultraprocessados ​​prejudicam nossa saúde reprodutiva e metabólica, mesmo que não sejam consumidos em excesso”, diz a autora principal, a cientista nutricional Jessica Preston.

Necessidade de mudanças

A introdução de ultraprocessados no mercado está associada a custos mais baixos para as indústrias e maior prazo de validade para os alimentos. No entanto, pesquisas anteriores já mostravam que o consumo de alimentos ultraprocessados traz prejuízos à saúde, como obesidade, cânceres e declínio cognitivo.

Mesmo que seja um estudo com uma amostra pequena, a investigação evidencia a necessidade de adotar dietas mais saudáveis, com menos ultraprocessados e mais alimentos naturais. “As implicações a longo prazo são alarmantes e destacam a necessidade de revisar as diretrizes nutricionais para melhor proteção contra doenças crônicas”, alerta Barrès.

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Fonte: Metrópoles

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