Copom mantém taxa Selic em 15% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (17/9), manter a taxa básica de juros do país, a Selic, em 15% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do colegiado.

Esta é a segunda reunião consecutiva em que a taxa permanece no mesmo patamar, após sete aumentos seguidos.

A política monetária restritiva teve início em setembro do ano passado, quando o comitê decidiu interromper o ciclo de cortes e elevar a Selic, que passou dos então 10,50% ao ano para 10,75% ao ano.

A taxa de juros deve ficar em 15% ao ano pelos próximos 45 dias. “O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”, afirma o comunicado.

Segundo o Copom, o ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, fazendo com que o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos sejam afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. “Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica”, diz o texto.

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Decisão do Copom

Os diretores do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic. Isso porque é missão do BC controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país, que seguem subindo mas com menos força.

Na última ata do comitê, o BC afirmou que vai utilizar como estratégia a manutenção da taxa de juros em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado devido às expectativas desancoradas.

“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, afirma o texto.

Além disso, o BC afirmou que acompanhou os anúncios da imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos ao Brasil, o que reforçou o cenário de maior incerteza.

“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

Imagem colorida de membros do Copom do BC em 2025 - MetrópolesIntegrantes do Copom e o presidente do BC, Gabriel Galípolo

Entenda a situação dos juros no Brasil

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
  • Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic. Uma vez que a missão do BC é controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país.
  • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
  • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores.
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e o mandato de Galípolo à frente do BC.
  • A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 04 e 04 de novembro.

Expectativas do mercado para a Selic

Analistas do mercado financeiro, consultados semanalmente no relatório Focus, estimam que a taxa básica de juros, a Selic, feche o ano em 15% ao ano. Ou seja, não há expectativa de novos aumentos na taxa.

As estimativas para os próximos anos também seguem as mesmas, confira abaixo:

Para 2026, os analistas projetam uma Selic de 12,38% ao ano.
Para 2027, a previsão da taxa de juros é de 10,50% ao ano.
Para 2028, a estimativa continua em 10% ao ano.

As previsões indicam que o mercado não crê que a taxa Selic fique abaixo de dois dígitos até o fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026, e sequer do atual mandato de Gabriel Galípolo à frente do BC, que termina em 2028.

Calendário do Copom

  • Reuniões em 2025:

28 e 29 de janeiro
18 e 19 de março
6 e 7 de maio
17 e 18 de junho
29 e 30 de julho
16 e 17 de setembro
4 e 5 de novembro
9 e 10 de dezembro

  • Reuniões em 2026:

27 e 28 de janeiro
17 e 18 de março
28 e 29 de abril
16 e 17 junho
4 e 5 de agosto
15 e 16 de setembro
3 e 4 de novembro
8 e 9 de dezembro



Fonte: Metrópoles

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