Um cerco eletrônico flagrou várias imagens da SW4 usada exclusivamente pelo diretor-geral de Polícia Civil, o delegado Henrique Maciel, circulando fora da escala de serviço, ora de dia, ora durante a noite e madrugada. Seriam mais de 90 imagens reunidas num dossiê encaminhado ao Ministério Público pelo Comando-Geral da PM, atendendo a uma solicitação como parte da investigação em curso que piora ainda mais a situação do chefe da polícia civil no Acre.
A reportagem teve acesso a algumas imagens e vídeos. Oseringal havia antecipado as vias públicas e os respectivos horários em que o veículo, acautelado pela justiça para ser usado somente em missão oficial, vaga por alguns bairros, supostamente conduzido pelo próprio delegado.
Numa dessas imagens aparece o importado sendo guinchado, na Avenida Amadeo Barbosa, há três domingos, quando Henrique foi parado, autuado e multado por embriaguês ao volante. Ele se negou a soprar o bafômetro.
A promotora Maria de Fátima, do Controle Externo da Atividade Policial, estaria propensa a ser “implacável” na investigação, a fim punir o delegado que, de acordo com uma fonte do MP, tem “boa relação com gente graúda”, sugerindo protecionismo político.
Maria de Fátima evita comentar o assunto. Mas ela recebeu todos os registros, além do boletim de ocorrência em que um sargento narra ter sido desacatado pelo delegado. É informado que Henrique conseguiu reunir vários investigadores no local, subordinados seus (em frente ao Parque de Exposições, na Rodovia AC-40). O boletim cita que o sargento, ao ser pressionado a liberar o veículo e não multar o delegado, precisou pedir orientação a um oficial da PM, recebendo a ordem, em seguida, para “fazer o seu trabalho”.
Não está claro por quais motivos o delegado não foi conduzido à Delegacia de Flagrantes – e se o Detran encaminhou suas justificativas para liberar a SW4 horas após a apreensão sem que a dívida com licenciamento e IPVA tenha sido quitada. O débito, conforme divulgado anteriormente, é superior a R$ 43 mil.
Relembre o caso nas reportagens abaixo:
Henrique responde por improbidade, uma vez que ele próprio assinou uma portaria segundo a qual “veículos acautelados devem permanecer na garagem, especialmente em feriados, sábados e domingos, quando não houve missão oficial. O uso pessoal do veículo, com combustível pago pelo governo, é um detalhe negativo nessa questão.
A reportagem aguarda uma declaração do MP sobre prazos para finalizar a investigação e se o delegado e o sargento PM já foram ouvidos.