Líderes mundiais se reúnem em Nova York todo mês de setembro para vários dias de discursos na Assembleia Geral anual das Nações Unidas, que na terça-feira (23) inicia sua 80ª sessão.
As guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia são alguns dos assunto que serão abordados este ano na assembleia.
Cada início de sessão tem um tema. Os líderes podem fazer uma breve referência ao tema antes de passar para o tópico de sua preferência.
O tema deste ano é: “Melhores juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”.
Guerra entre Israel e Hamas
Os líderes se reúnem enquanto a guerra entre Israel e combatentes do Hamas na Faixa de Gaza se aproxima de completar dois anos. A crise humanitária se agrava no território palestino, onde um grupo global de monitoramento da fome alertou que a fome se instalou e provavelmente se espalhará até o final do mês.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu deve discursar na Assembleia Geral na sexta-feira (26) da próxima semana. Israel lançou um ataque terrestre à Cidade de Gaza na terça-feira (16).
Netanyahu é procurado pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra e contra a humanidade em Gaza, o que Israel nega.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, não comparecerá pessoalmente. Os EUA, um forte aliado de Israel, disseram que não lhe concederão visto. Ele vai participar por vídeo.
Guerra na Ucrânia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, buscará apoio global para Kiev, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, tenta mediar o fim da guerra, mais de três anos após a Rússia ter invadido o país vizinho. Ele discursará perante a assembleia na quarta-feira (24), enquanto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discursará no sábado (27).
O Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião de alto nível sobre a Ucrânia na próxima semana. Todos os olhares estarão voltados para os EUA – no conselho e durante o discurso de Trump na Assembleia Geral – para ver se Washington anuncia alguma medida, como sanções, para tentar convencer o presidente russo, Vladimir Putin, a negociar com Zelensky.
Estreia da Síria
Uma estreia notável este ano na Assembleia Geral da ONU será a do presidente sírio Ahmed al-Sharaa. Seu grupo HTS (Hay’at Tahrir al-Sham) liderou a rebelião que derrubou o presidente Bashar al-Assad em uma ofensiva-relâmpago em dezembro, encerrando 13 anos de guerra civil.
Mas o HTS, anteriormente conhecido como Frente al-Nusra, era o antigo braço da Al-Qaeda na Síria até romper laços em 2016. O grupo e Sharaa continuam sob sanções da ONU, mas ele recebeu uma isenção de viagem para visitar Nova York de 21 a 25 de setembro.
Tensão entre EUA e Venezuela
Enquanto os Estados Unidos reforçavam sua força naval no sul do Caribe e águas próximas no final do mês passado, a Venezuela apresentou queixa ao Secretário-Geral da ONU, António Guterres. Desde então, os militares americanos realizaram dois ataques mortais contra supostos navios de cartéis de drogas venezuelanos em águas internacionais.
O aumento das tensões provavelmente será levantado pelo Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, que deve discursar na Assembleia Geral no sábado (27). O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, tem alegado repetidamente que os EUA esperam tirá-lo do poder.