Indonésia: Cinco estudantes são resgatados com vida de escola que desabou

Uma equipe de resgate na Indonésia retirou o estudante Syailendra Haikal, de 13 anos, com vida dos escombros de uma escola que desabou na terça-feira (30), o salvamento representa um breve vislumbre de esperança em meio a um desastre. Haikal foi levado ao hospital com ferimentos moderados, informaram as autoridades.

Ele está entre os sete adolescentes resgatados de um dos cantos da escola — dois deles mortos. As esperanças agora estão se esvaindo para dezenas de seus colegas de classe que permanecem soterrados.

Quando as buscas no internato islâmico Al Khoziny, em Sidoarjo, cerca de 670 quilômetros a leste da capital Jacarta, entraram no quarto dia nesta quinta-feira (2), as autoridades indonésias tomaram a decisão de passar do resgate para a recuperação.

As equipes cavaram meticulosamente sob os destroços durante dias, rastejando em busca de sinais de vida, cientes de que a estrutura instável poderia ceder novamente.

O internato é uma das milhares escolas islâmicas, chamadas Pesantrens, espalhadas pelo país de maioria muçulmana, e obras de construção estavam sendo realizadas no momento do desabamento.

Equipes de resgate haviam estabelecido comunicação com um grupo de estudantes presos na terça-feira e estavam fornecendo oxigênio, comida e água sob os escombros para mantê-los vivos.

Centímetro por centímetro, eles cavaram um túnel estreito — de apenas 60 centímetros de largura — para chegar até o grupo.

Pouco antes das 15h, horário local, na quarta-feira, eles conseguiram resgatar o corpo de um dos sete meninos. Minutos depois, Haikal foi resgatado com vida. Sua sobrevivência foi creditada à equipe que o manteve falando e lhe forneceu comida e água até que ele pudesse ser libertado, disse Basarnas.

Ao longo das seis horas seguintes, as equipes permaneceram trabalhando no túnel estreito até que todos os sete fossem removidos. Às 20h20, horário local, um menino identificado como Saiful Rozi foi libertado em condição estável, de acordo com o diretor.

Ele foi o último menino resgatado com vida na quarta-feira (1º).

Familiares aguardam notícias

Alívio e desespero pontuaram a missão, enquanto as equipes de resgate retiravam um pequeno número de crianças com vida, familiares desesperados se agarravam à esperança de que seus entes queridos desaparecidos também pudessem ser encontrados.

“Eu ficava dizendo: ‘Bismillah (em nome de Deus), meu filho é forte, meu filho é forte, meu filho é forte’”, relembrou a mãe de Haikal, Dwi Ajeng Tyasusanti, à afiliada da CNN Indonésia, nesta quinta-feira, do hospital. “Haikal conseguiu sair… Seus (ferimentos) eram apenas no rosto, apenas alguns hematomas nas pernas.”

Pelo menos cinco pessoas morreram e 59 continuam desaparecidas, disseram as autoridades.


Equipes de socorro carregam uma parente de vítima do desabamento de um prédio, na Indonésia 01/10/2025 • Dipta Wahyu/Reuters

Centenas de pessoas ficaram nas ruas próximas ao local do desastre, e as famílias dos desaparecidos se reuniram em um ponto de encontro próximo para aguardar notícias e conferir uma lista de nomes afixada em um quadro de avisos.

Entre elas está Umi Kulsum, 37, da Ilha de Madura, na costa nordeste de Java, cujo filho de 15 anos, Sulaiman Hadi, estudava na escola quando ela desabou.

Sulaiman estava no terceiro ano da Madrasah Tsanawiyah, ou escola secundária.

“Ainda acredito que meu filho possa ser encontrado vivo. Só peço aos socorristas que continuem procurando até encontrá-lo. Ele é meu único filho”, disse Kulsum à CNN, visivelmente angustiada.

Kulsum, que trabalha na capital Jacarta, correu para Sidoarjo após saber que Sulaiman estava entre os desaparecidos. A última vez que falou com o filho foi três dias antes do desabamento, quando ele lhe disse que se sentia feliz, apesar de morar longe da mãe.

Muitos dos estudantes, meninos com idades entre 12 e 18 anos, vindos principalmente de famílias de baixa renda, estavam realizando suas orações da tarde na segunda-feira quando o salão de orações desabou sobre eles.

Outra mãe, aflita, afirmou à CNN que está sofrendo com o que seu filho pode ter passado sob os escombros e espera um milagre.

Socorristas não encontram mais sinais de vida

Yudhi Bramantyo, diretor de operações da Barsanas (Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia), informou à CNN na noite de quarta-feira (1º) que os socorristas não detectaram mais sinais de vida.

“Todas as vítimas que conseguiram se comunicar com a equipe de resgate já foram retiradas hoje de dois setores de busca diferentes”, declarou Bramantyo.

Equipes varreram a área com câmeras térmicas para verificar se havia mais sobreviventes, sem sucesso.

As autoridades se reuniram com familiares nesta quinta-feira (2) e concordaram em começar a usar maquinário pesado para remover os destroços e recuperar os corpos.

O uso de escavadeiras e outros equipamentos foi inicialmente interrompido devido ao medo de que isso pudesse causar um colapso ainda maior do edifício instável, o diretor explicou que o uso efetivamente eliminaria a chance de encontrar sobreviventes.

As buscas ficaram ainda mais complicadas depois que um terremoto atingiu a região de Sumenep, a cerca de 200 quilômetros do local do desabamento, na terça-feira (30), e as autoridades temem que o impacto desses tremores possa ter compactado ainda mais os destroços.

O número de pessoas que se acredita estarem soterradas foi revisado para 59, de 91, na quarta-feira (1º).

Mas as autoridades afirmam que não está claro qual é o número real. Listas de frequência escolar e relatos de pessoas desaparecidas de familiares são tudo o que eles têm para basear o número.

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