O russo Pavel Durov, 40 anos, criador do Telegram, surpreendeu ao revelar pela primeira vez que foi alvo de uma tentativa de assassinato em 2018. Em entrevista concedida ao podcaster Lex Fridman na última terça-feira (30/9), o bilionário contou que acredita ter sido envenenado por um vizinho e que passou semanas debilitado após o episódio.
Segundo ele, a decisão de guardar silêncio por sete anos teve relação com o aplicativo. Durov explicou que temia que qualquer notícia sobre sua condição física atrapalhasse os planos da empresa.
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“Aquele foi o único instante da minha vida em que pensei que estava morrendo”, relatou. À época, o Telegram havia arrecadado mais de US$ 1,7 bilhão em apenas três meses e o empresário enfrentava restrições impostas por países como Rússia e Irã.
O episódio ocorreu quando Durov morava sozinho. Ele relatou que um homem, a quem descreveu como um vizinho estranho, deixou algo em sua porta. Pouco tempo depois, já deitado, começou a passar mal. “Uma hora depois, quando eu já estava na cama, me senti muito mal. Senti dores por todo o corpo. Tentei me levantar e ir ao banheiro mas, enquanto ia, senti que comecei a perder as funções do meu corpo”, contou.
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Pavel Durov, fundador do Telegram
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Criador do Telegram afirma ter mais de 100 filhos em 12 países
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Postagem do dono do Telegram pedindo desculpas ao STF
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O fundador do Telegram lembrou que perdeu visão e audição, além de sentir dores intensas. “Tudo veio acompanhado de uma dor muito aguda no coração, estômago, em todos os vasos sanguíneos. É difícil explicar. Eu não conseguia respirar, não conseguia ver nada, era muito doloroso. Achei que era meu fim. Pensei: ‘bom, tive uma vida boa. Consegui realizar algumas coisas’. E aí desabei no chão.”
Na manhã seguinte, ele despertou no chão, extremamente fraco. “Algo assim nunca aconteceu comigo”,disse. Segundo o empresário, seus vasos sanguíneos estavam “rompidos”, e a recuperação foi lenta. “Não consegui andar por duas semanas depois disso”, afirmou. Por razões de segurança, Durov decidiu esconder de sua equipe o que havia acontecido.
O nome do fundador do Telegram voltou a ocupar as manchetes em agosto de 2024, quando ele foi preso na França e indiciado em 12 acusações relacionadas a supostas atividades ilícitas no aplicativo, como tráfico de drogas, pedofilia e fraudes. Ele ficou meses impedido de deixar o país, mas em março conseguiu renegociar os termos de sua liberdade.
Ao refletir sobre o episódio de envenenamento, Durov contou que a experiência mudou sua forma de enxergar a vida: “Na verdade, me senti ainda mais livre depois disso. Depois de sobreviver a algo assim, você sente como se estivesse vivendo um tempo extra. De certa forma, você morreu há muito tempo e cada novo dia que você ganha é um presente”.
Fonte: Metrópoles