Sente o ritmo! Entenda por que a música ajuda na evolução do treino

Escutar música durante o treino da academia parece uma atitude simples mas, para algumas pessoas, é quase um ritual. Do rap ao funk, do rock ao pagode, a trilha sonora pode ajudar a transformar um treino cansativo em algo prazeroso e o mais curioso: há uma explicação neurológica por trás disso.

Assim que a música entra pelos ouvidos, o cérebro é ativado, “ligando” uma rede complexa que envolve o córtex auditivo, o sistema límbico — responsável pelas emoções — e o sistema de recompensa, onde ocorre a liberação da dopamina, o neurotransmissor do prazer.

“Existem diversos estudos científicos que mostram que o cérebro literalmente entra em compasso com a música, otimizando o desempenho físico”, conta o neurocientista Leandro Freitas Oliveira, professor na Universidade Católica de Brasília (UCB).

Segundo o docente, ainda há outro mecanismo cerebral envolvido na “relação musical”: o córtex motor. As batidas se conectam a essa área cerebral, sincronizando o ritmo dos movimentos ao som. Todo o processo faz com que o corpo trabalhe de forma mais coordenada, além de aumentar a sensação de eficiência e resistência à fadiga.

“A música não é só entretenimento durante a malhação, ela é uma ferramenta científica que pode fazer toda a diferença na qualidade e resultados dos treinos. É um investimento simples e acessível em qualidade de vida e bem-estar”, afirma o educador físico Breno Daniel, supervisor técnico da academia Corpo & Saúde, em Brasília.

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Música “engana” o cérebro

Você já se pegou evitando aquele exercício chato, complicado ou demorado? Pois são nessas horas que a música mais ajuda. Durante essas atividades, o som tem o poder de “enganar” o cérebro, tirando todo o foco daquela atividade maçante e concentrando na batida musical.

“As sensações internas de esforço e desconforto se transformam em estímulos externos mais agradáveis, o que contribui para uma menor percepção de fadiga”, explica a professora de educação física Isabela Ramos, que atua em Brasília.

Com o estado de espírito positivo, o prazer aumenta e o estímulo para realizar treinos mais longos também.  “Estudos indicam que a música está associada ao aumento das ondas beta nas regiões frontais do cérebro, relacionadas ao estado de alerta e ao controle emocional, podendo exercer um efeito protetor contra a fadiga neural”, diz Isabela.

Há um tipo de música mais indicado?

Segundo Oliveira, músicas mais animadas, com ritmos entre 120 a 140 batidas por minuto (bpm), tendem a estimular o sistema motor e favorecer o desempenho em atividades aeróbicas, por exemplo.

“No entanto, é importante lembrar que a resposta emocional à música é totalmente individual. O cérebro libera mais dopamina quando há prazer e identificação com o som. Por isso, o melhor estímulo é sempre aquele que desperta motivação pessoal, o que faz sentido emocionalmente para quem ouve”, diz Leandro.

Não é apenas em atividades aeróbicas que os benefícios aparecem. A música também influência o desempenho em exercícios anaeróbicos, como musculação e treinos de força. Veja as principais vantagens de acordo com a atividade escolhida:

  • Musculação: melhora o humor e reduz a percepção de esforço;
  • Corrida e caminhada: o ritmo musical sincroniza os movimentos, modulando a cadência e aumentando a eficiência;
  • Dança: intensifica as emoções, bem-estar e interação social, liberando mais endorfinas.

O educador físico Breno Daniel defende que a música não deve ser tratada como um distração durante o treino e sim como um “plus” para melhorar o desempenho e se exercitar com mais qualidade. “Estudos e a experiência prática mostram que a música é uma aliada poderosa para quem busca melhorar seus resultados nos treinos, tornando ainda mais prazerosa a atividade”, afirma o personal.

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Fonte: Metrópoles

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