As cachaças de alambique produzidas no Brasil passarão a ter um selo de origem e autenticidade como forma de garantir ao consumidor a procedência e a rastreabilidade do produto. A medida é uma resposta aos recentes casos de contaminação de bebidas por metanol.
O selo já estava em estudo por parte da Anpaq (Associação Nacional da Cachaça de Alambique), mas a implantação será adiantada. A expectativa é de que no início de 2026, as cachaças já sejam vendidas com a etiqueta.
“Nossa missão sempre foi defender a produção de cachaças de origem, sofisticadas, que tragam história e brasilidade — e garantir que o consumidor reconheça essa qualidade na prateleira, em bares, restaurantes ou eventos. Agora, mais do que nunca, é hora de agir”, explica o presidente da associação, Sérgio Maciel.
A tecnologia, já testada por alguns produtores, permite autenticação e rastreabilidade por meio de QR Codes, garantindo transparência sobre a origem, região, tradição e características de cada produto.
A iniciativa conta com o apoio da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). “Temos o orgulho de apoiar esse projeto, que é estratégico para o reposicionamento da cachaça de alambique no país”, afirma João Martins, presidente da entidade.
“Esse movimento fortalece um setor que é símbolo da nossa cultura, da nossa sustentabilidade e da geração de renda no campo. A cachaça de alambique é produzida por milhares de famílias brasileiras, e esse selo nacional será um marco para garantir reconhecimento, segurança e valorização, tanto no Brasil quanto no mundo.”
Metanol
O Brasil tem 246 casos notificados de intoxicação por metanol, de acordo com informações do Ministério da Saúde em boletim publicado nesta sexta-feira-feira (10). Até o momento, 29 foram confirmados.
O estado de São Paulo está investigando 160 notificações, o que representa 73,73% do total nacional. Outras 249 suspeitas foram descartadas no país.
Em relação aos óbitos, 5 foram confirmados no estado de São Paulo e 12 seguem em investigação, sendo 1 no Ceará, 1 em Minas Gerais, 1 no Mato Grosso do Sul, 3 em Pernambuco e 6 em São Paulo.