A polícia peruana utilizou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que tentavam chegar ao Congresso do país na quarta-feira (15), no primeiro grande protesto contra o presidente interino José Jeri, poucos dias depois que da posse após uma mudança abrupta de governo.
Centenas de manifestantes se reuniram perto da fachada do Palácio Legislativo, no centro de Lima, capital peruana, após tentarem derrubar barreiras metálicas de segurança, e queimaram bandeiras e objetos de plástico, quando a polícia avançou, disparando gás lacrimogêneo e forçando a multidão a recuar.
O protesto ocorreu seis dias após a presidente Dina Boluarte ser destituída do cargo e substituída por Jeri, que, como chefe do Congresso, era o primeiro na linha de sucessão.
O protesto, que também ocorreu em outras cidades sem grandes repressões, segundo imagens de televisão, exigiu medidas contra o aumento da criminalidade e até mesmo reformas políticas, como uma assembleia constituinte.
As manifestações foram convocadas nas redes sociais por grupos civis, sindicatos de trabalhadores e de transportes e jovens da chamada Geração Z, que já haviam protestado para exigir a renúncia do agora ex-presidente Boluarte.
Jeri também causou descontentamento, pois em janeiro de 2025 foi acusado de agressão sexual por uma mulher que compareceu a uma festa em dezembro de 2024. O caso foi arquivado em agosto de 2025 pelo Ministério Público, alegando falta de provas. Jeri nega qualquer irregularidade.
Alguns manifestantes o chamam de “violino”, uma palavra espanhola semelhante a estuprador.