Virou pó a madeira que seria usada para construir as 1001 casas populares anunciadas pelo prefeito Tião Bocalom (Rio Branco). Um vereador vistoriou o pátio e expôs o material abandonado ao relento, nesta quinta-feira.
A madeira pode ser reaproveitada como lenha, nada mais.
O galpão foi contratado sem licitação (situado na Trav. São João, lote 03, setor 4, Zona B – Bairro Distrito Industrial). A área pertence ao dono da Miragina, José Luiz, e havia sido levado a leilão para quitar dívidas da antiga proprietária, a empresária madeireira Adelaide de Fátima. O vídeo que mostra a madeira podre está logo abaixo.
Seriam 3.600 metros cúbicos de madeira bruta trazidas desde um plano de manejo situado no município de Feijó – o equivalente a 100 carretas carregadas – , mas, de acordo com o IMAC, que autoriza o plano de manejo, apenas 100 metros cúbicos foram declarados oficialmente por meio de DOF (Documento de Origem Florestal). A reportagem denúncia está logo abaixo, publicada em maio do ano passado.
O decreto que oficializa o aluguel do galpão foi assinado à época pelo secretário Antônio Cid (Infraestrutura e Mobilidade Urbana) e diz que a prefeitura pagaria R$ 240 mil anuais pela locação do galpão, reforçando a suspeita de golpe eleitoral, já que as casas deveriam ter sido entregues no Dias das Mães.
É fria! madeira que Bocalom diz ter comprado para 1001 casas não tem documento de orígem
O próprio prefeito pôs fim ao golpe de marketing político que ele criou – e alavancou sua campanha para a reeleição. As tais 1001 casas populares que ele prometeu erguer num só dia ficaram no papel.
O prefeito admitiu ter desistido do projeto 1001 Dignidades, e informou ter cedido o terreno para a construção das moradias do Minha Casa, Minha Vida, do Governo Lula.
Os órgãos de controle não tratam o assunto como deveria, a fim de saber quanto o município gastou para encobrir uma das maiores mentiras já vistas.
Bocalom não se desculpou com as famílias que vivem abaixo da linha de pobreza que aguardavam casa própria desde então, inclusive as que fizeram cadastro no serviço social do município e aguardam até hoje.