Para surpresa de ninguém, a não ser de ambientalistas (ainda) encantados com o governo Lula, a Petrobras recebeu do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) licença para explorar petróleo na Margem Equatorial. A autorização permite à estatal perfurar o local para identificar a quantidade de petróleo existente.
Estima-se que haja o suficiente para a Petrobras eliminar o risco de ver o petróleo nacional acabar em aproximadamente 12 anos. A autorização levou cinco anos para sair, um prazo no qual o que prometia ser o futuro – o triunfo das energias renováveis – ficou mais parecido com o passado: os combustíveis fósseis como uma questão de desenvolvimento e segurança nacionais.
O tema é cobiçado por grupos de todos os tipos, principalmente, os grupos políticos das áreas que serão mais beneficiadas com a chuva de dinheiro ligada à exploração petrolífera. Não havia, portanto, muita dúvida do que aconteceria… o Brasil se entregaria à exploração de energia fóssil.
Anunciada às vésperas da COP30, a autorização dada pelo Ibama foi vista pelos grupos ambientalistas como um tabefe na cara. Como assim, na hora em que se discute mudança climática – causada sobretudo pela emissão de fósseis – o anfitrião anuncia orgulhoso que vai explorar… fósseis?
O presidente Lula (PT) não está preocupado com votos de ambientalistas. O pré-sal foi a descoberta que ajudou a dar impulso aos governos do PT 20 anos atrás e ajuda também a força do presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de quem e do qual o Executivo tanto depende. Que pena da COP30!