A bancada do Partido Liberal no Congresso deve se reunir nesta segunda-feira (24) com o presidente da sigla Valdemar Costa Neto para debater a estratégia política da legenda após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada neste sábado (22).
O encontro será realizado a partir das 14h na sede do partido, no Setor Hoteleiro Sul, região central de Brasília. Neste sábado, a prisão do ex-presidente já mobilizou parlamentares da oposição, como os deputados Hélio Lopes (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF), que compareceram à PF (Polícia Federal).
Ainda pela manhã, os dois parlamentares se juntaram a outros em uma reunião de emergência, realizada em uma cafeteria próxima ao condomínio em que Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, no bairro do Jardim Botânico, em Brasília.
Estiveram presentes os filhos do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, vereador em Balneário Camboriú (SC) e o senador Flávio Bolsonaro, além dos senadores Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, e Izalci Lucas (PL-DF), líder da oposição no Congresso Nacional.
Deputados também devem participar nesta noite de uma vigília em prol de Bolsonaro. Para os congressistas, há perseguição política e ilegitimidade na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Apelo por anistia
Em reação, aliados do ex-presidente reforçaram a defesa para que a Câmara dos Deputados vote o projeto de lei da anistia. O tema deve ser debatido pelo grupo na segunda. A decisão de pautar a proposta, no entanto, cabe ao presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
O argumento da oposição é que a prisão cria um “fato novo” e torna “urgente” a votação do PL da Anistia. O projeto já teve o regime de urgência aprovado, o que permite ser pautado diretamente no plenário.
Além da reação no Congresso, o PL tem ainda o desafio de ajustar a rota para as discussões sobre as próximas eleições. Como a CNN mostrou, a prisão preventiva de Bolsonaro deve impactar as articulações do partido para a formação de palanques regionais nas eleições de 2026.
As intenções do partido para o pleito eleitoral seriam um dos temas debatidos por Bolsonaro com aliados. Na quinta-feira (21), o ex-presidente havia solicitado autorização para receber 16 visitas nos próximos dias.
A lista incluía, por exemplo, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), o líder da sigla no Senado, senador Carlos Portinho (RJ) e o ex-candidato à presidência da República Padre Kelmon, além de outros parlamentares aliados.
Outro encontro previsto era com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), previsto para dezembro. A reunião era considerada estratégica para consolidar alianças e definir posições para 2026.
Prisão de Bolsonaro
A PF (Polícia Federal) prendeu Bolsonaro, em sua casa, em Brasília, na manhã deste sábado. A prisão preventiva foi solicitada pela própria PF e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A prisão foi motivada pelo possível risco de fuga e pela violação da tornozeleira eletrônica. Bolsonaro afirmou ter usado um ferro de solda para queimar o equipamento, segundo vídeo divulgado pela Seape-DF (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal).
Além disso, a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nesta noite em frente a casa de Bolsonaro também foi um dos motivos que justificaram a decretação da prisão preventiva.
O ex-presidente foi submetido a exame de corpo de delito no INC (Instituto Nacional de Criminalística) da PF ainda nesta manhã. No domingo (23), passará por audiência de custódia.
