O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter danificado intencionalmente a tornozeleira eletrônica que utilizava, usando um ferro de solda, alegando que o fez por “curiosidade”. A revelação surge em um momento crucial para sua defesa, que buscava alternativas à detenção em regime fechado. A análise é de Pedro Venceslau, no CNN Newsroom.
“O incidente com a tornozeleira eletrônica tornou-se um elemento central na decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva de Bolsonaro”, aponta o analista. A confirmação do dano intencional ao equipamento de monitoramento adiciona um componente técnico e jurídico significativo ao caso.
Impacto na estratégia da defesa
“A admissão do dano à tornozeleira complica a estratégia que vinha sendo construída pela oposição e pelos advogados de defesa, que buscavam alternativas como a prisão domiciliar. O episódio levanta questionamentos sobre a confiabilidade do monitoramento eletrônico em um eventual regime domiciliar”, avalia Pedro.
A defesa havia conseguido avanços significativos em sua argumentação, incluindo relatórios da Defensoria do Distrito Federal que apontavam problemas de superlotação e condições precárias no sistema prisional. Senadores chegaram a realizar visitas técnicas à Papuda para avaliar as condições do local.
O caso guarda semelhanças com o de Fernando Collor, que obteve prisão domiciliar após avaliação de uma junta médica em Maceió. No entanto, a situação de Bolsonaro ganhou uma nova dimensão após a confirmação do dano intencional ao equipamento de monitoramento, podendo influenciar decisivamente seu regime de detenção.
