Como sair da CLT e começar a empreender em 2026

O desejo de ter o próprio negócio faz parte do imaginário de grande parte da população brasileira. De acordo com uma pesquisa do Sebrae, empreender é o sonho de 6 em cada 10 brasileiros, perdendo apenas para a aquisição da casa própria e viagens pelo país.

A busca por autonomia e, porém, pode ser desafiadora. Entre a necessidade de conhecimentos específicos de gestão e a resiliência diante de situações adversas, e outras características caras a empresários autônomos, ter o próprio negócio exige muito dos empreendedores de primeira viagem.

Segundo a mentora, empresária e especialista em educação empresarial Surama Jurdi, quem decide empreender pela primeira vez deve conciliar oportunidade e propósito — pessoal e corporativo.

“O momento certo para empreender surge quando há um alinhamento entre a capacidade, oportunidade de mercado e a clareza do propósito. Quando esses elementos convergem, aumenta a probabilidade de iniciar um negócio de forma estratégica, sustentável e com potencial de crescimento duradouro.”

sse equilíbrio, segundo a especialista, permite contrariar a lógica de que, para ter um negócio de sucesso, empreendedores devem falhar previamente.

Já Ycaro Martins, CEO e fundador da Maxymus Expand, empresa focada em estratégias de crescimento e estruturação de negócios, defende o planejamento prévio — especialmente o financeiro.

Construir uma reserva de emergência é essencial, já que é preciso considerar que há um período de transição nos primeiros meses de funcionamento até que a empresa passe a dar lucro. Juntos, os especialistas reúnem quatro dicas essenciais para quem deseja deixar a CLT de lado para empreender ainda em 2026.

1. Equilibrar expectativas

Apesar de ser uma via adotada para driblar a rigidez da carteira assinada, empreender não deve ser considerada uma empreitada mais simples. Para Martins, a principal dica para quem deseja abrir o próprio negócio pela primeira vez é simples: não romantize o empreendedorismo.

“Empreender exige preparo, clareza e coragem. Antes de sair do emprego, é preciso validar a ideia, testar o modelo e entender o problema real que vai resolver. Muitas pessoas desejam empreender porque estão cansadas da CLT, mas empreender por fuga é um erro. Empreenda por propósito e solução, não por fuga e emoção”, afirma.

Fatores como disciplina e inteligência emocional também são requisitos básicos para todo aspirante a empreendedor interessado em abandonar a CLT, defende Surama.

Além disso, é preciso passar por etapas fundamentais, como estudo de mercado, validação do produto ou serviço, planejamento financeiro, definição da estratégia do negócio, desenvolvimento e testes da solução.

“Quanto mais estruturado estiver o planejamento prévio, maiores serão as chances de construir resultados sustentáveis”, diz.

2. Estar preparado para o incerto

Trabalhar com carteira assinada pode ser um sinônimo de estabilidade e segurança que poucos estão dispostos a abrir mão. Por isso, deixar o trabalho formal é recomendado apenas após construir uma “máquina mínima”, afirma Martins.

“A transição precisa ser planejada e não impulsiva. Por fim, deixe o emprego apenas quando sua “máquina mínima” estiver funcionando, o negócio não precisa estar totalmente estável, mas precisa estar andando. Não espere o negócio estar perfeito para começar, ele precisa estar “vivo”, diz.

Já Surama reitera que empreendedores novatos também devem evitar a pressa e o desejo por crescimento acelerado. Ao invés disso, a recomendação é tomar decisões de forma estratégica, respeitando a cultura da empresa, o propósito do negócio e o estudo prévio de mercado — além de manter processos operacionais objetivos e simples.

3. Acompanhe tendências

O consumidor está mais exigente e nativamente digital, o que obriga empresas a adaptarem estratégias para lidar com mudanças. “Quem conseguir unir propósito, demanda, tecnologia e uma boa entrega, terá vantagens competitivas no mercado”, argumenta Surama.

Segundo ela, em 2026, alguns fatores favorecem quem tem o desejo de empreender. Um deles tem relação justamente com os novos hábitos de consumo. Além disso, há também o fato de o mundo estar cada vez mais global e conectado.

“Para 2026, surgem oportunidades e nichos antes pouco explorados, justamente pela combinação de tecnologia acessível, novos canais, capacidade de escalar globalmente, mudanças profundas de comportamento e expansão de modelos híbridos”.

4. Atenção à legislação

Para reduzir as chances de um negócio acabar se tornando uma tentativa frustrada, é necessário considerar todas as obrigações fiscais e tributárias envolvendo a abertura e funcionamento de uma empresa.

No entanto, a busca pela formalização precisa ser um passo a mais após o início das atividades, sem pular etapas essenciais como o primeiro relacionamento com clientes, recomenda o fundador da Maxymus Expand.

“Ao iniciar um negócio, é fundamental manter o foco no que realmente importa. Não se prenda demais a logo, site ou burocracia, pois o que valida o negócio são as vendas, foque em vender primeiro e profissionalizar depois”.

Texto de Maria Clara Dias

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