Após a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para o cumprimento de pena relacionada à trama golpista, o general Augusto Heleno comunicou ao Exército que foi diagnosticado com Alzheimer em 2018.
A informação foi registrada durante exame médico realizado nessa terça-feira (25/11), no Comando Militar do Planalto, em Brasília. A avaliação teve como finalidade verificar o estado geral de saúde e a integridade física do militar.
A declaração reacendeu dúvidas sobre como o Alzheimer costuma evoluir ao longo do tempo e a situação de Heleno. A doença, que é neurodegenerativa e progressiva, afeta principalmente a memória recente e compromete gradualmente a autonomia do paciente.
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Como o Alzheimer evolui?
O início do Alzheimer costuma ser mais lento, especialmente nos primeiros estágios. Segundo o geriatra Natan Chehter, a fase leve pode durar muitos anos antes de avançar. “Ela costuma levar uns cinco a 10 anos”, afirma o especialista.
Esse ritmo, porém, não é igual para todos. “Influências genéticas, hábitos de vida, controle de doenças associadas e acompanhamento médico adequado podem acelerar ou desacelerar a progressão do Alzheimer” , esclarece.



Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas
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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista
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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce
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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano
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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença
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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns
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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença
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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida
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Depois de sete anos de evolução, o mais comum é que o paciente esteja na fase intermediária da doença. Segundo o neurologista Flávio Sekeff Sallem, do Hospital Japonês Santa Cruz, esse costuma ser o ponto em que as perdas cognitivas se tornam mais evidentes.
“Nesse estágio, é comum perceber dificuldade crescente para planejar tarefas, organizar rotinas e manter autonomia em atividades mais complexas – embora muitas pessoas ainda consigam participar de conversas, reconhecer familiares e expressar opiniões”, afirma.
A avaliação do avanço do Alzheimer não depende apenas de exames. Chehter explica que testes cognitivos são mais eficientes para determinar o estágio da doença e orientar condutas. “Os exames ajudam mais na hora de fazer o diagnóstico”, explica.
De acordo com o geriatra, por isso médicos avaliam memória, linguagem, atenção e capacidade de organização por meio de consultas e, quando necessário, testes neuropsicológicos mais detalhados. De forma geral, o Alzheimer se divide em três fases principais.
Fases do Alzheimer
- Fase leve: esquecimentos recentes, repetição de perguntas, pequenas dificuldades de organização e início de perda de autonomia.
- Fase moderada: piora da memória, episódios de desorientação, alterações de comportamento e dependência crescente.
- Fase grave: limitações na comunicação, grande perda de memória, dificuldade de locomoção e necessidade de cuidados integrais.
Segundo o Ministério da Saúde, o Alzheimer é a forma mais comum de demência no Brasil e avança de forma contínua, embora o ritmo varie consideravelmente entre os indivíduos.
Especialistas normalmente identificam sete anos de diagnóstico a uma fase intermediária, marcada por perdas cognitivas mais evidentes. Segundo eles, a progressão da doença deve ser avaliada de forma individual e constante.
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Fonte: Metrópoles





