O comentarista José Eduardo Cardozo e o cientista político Magno Karl discutiram, nesta terça-feira (2), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a sabatina de Jorge Messias cancelada fortalece o governo Lula.
O presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (União-AP), cancelou a sabatina de Messias alegando que a Casa foi surpreendida com a ausência do envio da mensagem presidencial sobre a indicação ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Cardozo avalia que o Senado queimou a largada ao marcar a sabatina.
“Diante da situação de conflito, o presidente Davi Alcolumbre marcou a sabatina mesmo sem ter recebido a indicação. O governo, percebendo o andar da carruagem, não mandou a indicação. Não há nenhum desrespeito à prerrogativa do Senado. O Senado é que não poderia ter marcado a sabatina antes de receber formalmente o ato jurídico que a desencadearia”, disse.
“Quando o governo tenta ter um diálogo com o Legislativo, negociando situações, mas que evidentemente não pode concordar em abrir mão da sua pauta para se submeter à pauta dos adversários políticos e ideológicos, dá crise”, continuou.
Karl entende que ainda não é possível definir se o governo sai vitorioso do adiamento.
“Pode fortalecer o governo Lula só se considerarmos que o adiamento da sabatina foi provocado pelo governo Lula. Não favorece o governo Lula se nós entrarmos nos meandros desse cancelamento, que foi a constatação do governo de que não tinha os votos no Senado para emplacar o advogado-geral da União no STF”, defendeu.
“O governo Lula estava correndo risco de quebrar um tabu do século XIX. Desde o presidente Floriano Peixoto que nenhum indicado pelo presidente ao STF não consegue ser aprovado pelo Senado Federal. Era isso que estava prestes a acontecer com a indicação de Jorge Messias”, prosseguiu.
