A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi divulgada nesta quarta-feira (10/12). Em comunicado, o BC afirmou que não vê a redução dos juros em um horizonte próximo e deve manter a Selic nesse patamar por “período bastante prolongado”.
A CNI afirma que a decisão do Copom ignora uma série de sinais da economia que tornam possível a redução da Selic de forma imediata. Segundo o presidente da entidade, Ricardo Alban, a desaceleração econômica, a queda da inflação e a perda de ritmo do mercado de trabalho já seriam motivos suficientes para o início do ciclo de corte de juros na reunião desta quarta.
“A manutenção dos juros nesse patamar tão elevado é excessiva e prejudicial, uma vez que intensifica a perda de ritmo da atividade econômica, encarece muito o crédito, inibe o investimento e penaliza a competitividade da indústria”, afirma Alban.
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Ele diz, também, que o próprio Copom reconhece que os efeitos dos juros elevados ainda não se materializaram por completo, “havendo espaço para uma mudança gradual na política monetária sem comprometer a convergência da inflação para a meta”.
Além disso, a CNI defende que o BC precisa iniciar já na próxima reunião o tão necessário ciclo de cortes na Selic com a utilização de outros instrumentos de política monetária, como os depósitos compulsórios, que têm menor custo fiscal e exercem papel semelhante ao da Selic ao restringir a disponibilidade de crédito no sistema financeiro.
Fonte: Metrópoles
