Médicos e nutri explicam por que comer sem culpa neste fim de ano

O fim de ano é marcado como uma época de confraternizações, festas e mesas fartas. Entre encontros com a família, amigos e colegas de trabalho, comer acaba fazendo parte da celebração. Ainda assim, para muitas pessoas, esses momentos vêm acompanhados de um sentimento incômodo de culpa por exagerar ou sair da rotina alimentar.

Especialistas ouvidos pelo Metrópoles explicam que o problema nem sempre está em comer diferente do habitual durante alguns dias, mas na forma como esses excessos se prolongam ou são encarados emocionalmente.

A nutricionista clínica Adlyene Cruz, do Hospital São Domingos, em Goiânia, afirma que sair da rotina alimentar em datas festivas não representa, por si só, um prejuízo à saúde. O risco aparece quando esse padrão deixa de ser exceção.

“Comer fora da rotina só traz prejuízos quando isso se torna muito frequente, sem permitir que o organismo lide adequadamente com os excessos”, explica.

Segundo ela, manter uma alimentação equilibrada antes e depois das festas ajuda o corpo a se adaptar melhor a períodos de maior ingestão calórica.

“Quando os exageros se tornam constantes, o organismo passa a funcionar já contando com eles, o que pode gerar impactos negativos ao longo do tempo”, destaca. Por isso, o foco deve estar no conjunto dos hábitos, e não em episódios isolados.

Relação emocional com a comida

Além dos efeitos físicos, a relação emocional com a alimentação também pesa nessa época do ano. Para Adlyene, encarar a comida com culpa pode desencadear comportamentos prejudiciais.

“A pessoa pode evitar eventos por medo de exagerar, deixar de comer alimentos típicos das festas ou adotar dietas muito restritivas antes desses encontros”, diz.

Esse tipo de atitude, segundo a nutricionista, aumenta o risco de episódios de compulsão alimentar e até de quadros depressivos. Ela ressalta que consumir pequenas porções do que se deseja, dentro de uma rotina equilibrada, costuma ser mais saudável do que alternar períodos de restrição e exagero.

“Mesmo com um consumo maior de calorias em alguns dias, o organismo consegue processar isso de forma adequada quando há equilíbrio no dia a dia”, aponta.

O corpo lida bem com alguns dias de exagero

Do ponto de vista metabólico, o nutrólogo Danilo Almeida, da clínica Versio, no Espírito Santo, explica que o organismo humano é biologicamente preparado para lidar com períodos curtos de maior ingestão calórica.

“Em pessoas metabolicamente saudáveis, alguns dias de consumo mais elevado não causam alterações duradouras. O corpo ajusta mecanismos como o gasto energético, o estoque de glicogênio e a retenção de líquidos”, afirma.

Danilo observa que o aumento de peso percebido logo após as festas, muitas vezes, não está relacionado ao ganho real de gordura. “O que vemos com frequência é retenção hídrica e aumento de glicogênio, que tendem a se normalizar quando a rotina alimentar é retomada”, explica.

Prazer, tradição e equilíbrio à mesa

Para os especialistas, encontrar equilíbrio não significa abrir mão do prazer ou da tradição. Danilo lembra que a alimentação vai além da função nutricional. “Comida também é cultura, afeto e convivência”, observa.

Algumas estratégias ajudam a lidar esse período com mais tranquilidade, como manter refeições principais bem estruturadas ao longo do dia, escolher conscientemente o que realmente dá prazer e respeitar os sinais de fome e saciedade.

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Ele também alerta para um comportamento comum nessa época. “Evitar a mentalidade do ‘já que errei, vou exagerar’ faz muita diferença. A saúde não se constrói em uma refeição nem se perde em uma ceia”, ressalta.

O nutrólogo Sandro Ferraz, do Instituto Evollution, em São Paulo, reforça que atitudes simples ajudam a manter uma relação mais equilibrada com a comida nas festas, como comer devagar, manter boa hidratação e priorizar alimentos de verdade, sem deixar de provar pratos tradicionais.



Fonte: Metrópoles

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