Uma aliança bastante pragmática na política acreana começa a ser configurada – a reedição do MDA, a aliança entre partidos tradicionais que fez frente ao governo petista no início dos anos 2000.
Em Cruzeiro do Sul
São cada vez maiores os rumores de que, apesar de bem avaliada, aparecendo sempre na casa dos 60% na aceitação popular, segundo várias pesquisas já divulgadas, a ex-deputada federal Jéssica Sales não será candidata a prefeita.
E não seria pela prosaica razão de que ela não quer o cargo. Jéssica estaria preferindo se guardar para 2026, quando apostaria na eleição majoritária de senadora ou mesmo governadora. É que, médica e sócia de uma clínica bem-conceituada em Brasília, também foi aprovada num concurso no serviço público, e estaria ganhando muito bem., algo em torno de R$ 90 mil juntando os rendimentos de sua companheira.
A família Sales já trabalharia uma alternativa para não ficar fora da disputa e do poder na Prefeitura de Cruzeiro do Sul. A estratégia nova atenderia por Fagner Sales, oirmão de Jéssica e filho do casal Vagner e Antônia Sales.
Nesta nova estratégia, Fagner Sales, que disputou a Prefeitura pelo MDB em 2020 e perdeu para o atual prefeito Zequinha Lima, seria candidato a vice-prefeito. Inimigos, nem tanto. Candidato exatamente na chapa de Zequinha Lima, numa coligação do MDB e PP. O prefeito, se reeleito, deixaria o cargo para ser candidato a deputado estadual e a prefeitura cairia, enfim, nas mãos da família Sales, com Fagner Sales alçado a condição de prefeito. Quem achar loucura não conhece a homérica rejeição do gestor da segunda maior cidade acreana.
Rio Branco
Na capital, vendo que o candidato de sua preferência, Alysson Bestene (secretário de Governo), não decola nas intenções votos para prefeito, o governo naturalmente o guindaria para vice de Marcus Alexandre, que já declarou, reiteradas vezes, que tem preferência pelo pupilo do governador.
Seria uma aliança inédita, uma vez que incluiria todos os partidos da extinta Frente Popular do Acre. E o mais incrível: além de ser um dos articuladores desse inédito agrupamento, o PT, desde a sua fundação, há 43 anos, pela primeira vez não será protagonista (sem candidato próprio).
Ressalte-se, no entanto, a resistência de um grupo extremamente cético na possibilidade de Alysson virar o jogo, provocar um segundo turno e, quiçá, se tornar prefeito. Esta é a turma que não aceita coligar com o ex-petista. Mas não cabe a eles a palavra final.
Foto de capa: Sérgio Valle