Do G1
Em meio ao avanço das investigações, militares tentam blindar e minimizar participação de colegas na confecção do roteiro do golpe e se dizem preocupados com as conclusões às quais a Polícia Federal chegou em relação aos fardados na operação Tempus Veritatis, que apura uma tentativa de golpe pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Segundo oficiais ouvidos pelo blog, haveria “excessivo poder” de influência atribuído a militares de baixa patente e sem contingente para mobilizar. É o caso, por exemplo, do general Estevam Theophilo, comandante do Comando de Operações Especiais Terrestres (Coter), que teria sinalizado adesão aos planos de Bolsonaro.
De acordo com o Exército, o Coter fica em Goiânia, não tem nenhuma tropa subordinada a ele e fica vinculado ao Comando Militar do Planalto, ou seja, não poderia tomar qualquer atitude sem a anuência do comandante do Exército. Oficiais ouvidos pelo blog destacam ainda se tratar de um grupo de planejamento, sem capacidade de atuação, embora o general integrasse o Alto Comando da Força.
Outra crítica feita é em relação ao papel atribuído aos militares que trocaram mensagens com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. É o caso do coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o coronel Bernardo Romão Correa Neto e outros. A alegação é de que se trata de militares de baixa patente e cujos raios de influência não ultrapassariam seus círculos de amizades pessoais. Eles aparecem perguntando Cid se já haviam encontrado indícios de fraudes nas urnas e municiando o núcleo golpista com informações falsas.
A estratégia é tratar esses militares como espécie de coadjuvantes do roteiro do golpe – o que a PF rechaça, baseada nas investigações, além de repetir que militares que comparecer a encontros com Bolsonaro atenderam a chamados do chefe do Executivo. Problema- eram chamados para discutir atos ilegais- o que, obviamente, não está previsto na Constituição.