Entrevista em detalhes: Socorro Neri denuncia violência de gênero dentro do PP, transformado em “puxadinho do Bocalom”;

Em coletiva à imprensa, nesta manhã, a deputada federal Socorro Neri (PP) disse ter sofrido violência política de gênero, e detalhou a “estratégia engendrada por membros do partido para tornar a legenda “um puxadinho do prefeito Bocalom”. Ele reafirmou sua admiração ao governador Gladson Cameli, e deu detalhes do plano que, em sua visão, tende a provocar uma derrota histórica ao progressista, especialmente na eleição para vereadores. “Muitos se filiaram com a garantia de que o PP teria candidatura própria, e que jamais se tornaria puxadinho de ninguém”, pontuou. Sem candidato próprio na capital, onde tem 45% dos eleitores do Acre, o PP deixará de eleger numero expressivo de vereadores e perderá o seu protegoniusmo, infelizmente. “Quem tomou esta decisão que conviva com ela”, continuou.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista.

Na semana passada, uma pesquisa para consumo interno levou o meu nome aos eleitores, nas ruas. Eu fui lembrada pelo eleitorado da capital com dois dígitos. Percebi que o mais importante foi tentar destruir do que compreender a minha intenção de fortalecer a legenda. Vejo que nesse cenário polarizado, teremos debates que não serão debates que não ajudarão em nada a população de Rio Branco. 

Ontem (quinta), veio uma nova estratégia dentro dessa violência política contra mim. Enquanto o governador reconhecia o meu direito legítimo de me lançar candidata, e diante de um mundaréu de mensagens de apoio a mim, a fala do governador estava sendo desrespeitada num conluio com membros da executiva municipal, que convocaram uma reunião deliberativa para esta tarde de sexta-feira. Ora, estranha a urgência de uma deliberação, de um dia para o outro, longe do prazo das convenções, e sem a presença do presidente da Municipal do PP. O regimento interno do PP requer prazos para homologar decisões, como foi feito na minha gestão. Quando o governador disse que não iria interferir nas decisões da Municipal, era tudo que eu queria ouvir. Bittar é o padrinho da campanha do Bocalom.  Talvez ele não esteja tão errado. Errado está quem dirige o PP, que permite levar o partido à condição de puxadinho do Bocalom.  A minha ficha caiu. Sempre esteve em curso a estratégia para me humilhar perante nossos filiados e à opinião pública. 

E aí veio o secretário geral do partido dizer que eu perdi a condição de ser candidata. A quem interessa patrocinar tamanha violências contra uma deputada que desde o primeiro momento veste a camisa do partido? Eu apenas propus uma alternativa, para evitar que o PP não fosse rebaixado tanto nestas eleições.

Na segunda-feira, fui surpreendida com a notícia de um acordo com o Bocalom, mediado pelo senador Márcio Bittar. Isso ocorreu enquanto eu estava dando a minha cara pra bater. Se tornou pública a informação de que a vaga de vice estava condicionada a gestos do governo para acomodar pessoas do União Brasil. O Alysson estava desistindo de cumprir a deliberação do partido. Ele foi aclamado como pré-candidato. Foi quando me coloquei á disposição do PP, para, juntamente a outros nomes, avaliasse a minha pré-candidatura. O fiz, mesmo contrariando a minha família. O PP sempre teve um plano: o Plano A de Alysson. Foi o que eu disse sempre, em todas as vezes e a todas as pessoas que me questionavam. Insisti que não podemos ter Plano B. Não me cabia aceitar convite às escondidas quando o partido já tinha um candidato aclamado.  Dizem que o certo na política é ser esperto, falso. O errado na vida pessoal é também errado na política. Me mantive correta. Quanto aos outros…..

Observe que mesmo com Bocalom no PP, aclamamos o Alysson como pré-candidato. Daquele dia ate hoje eu fui a pessoa que mais lutou para que Alysson fosse o nosso candidato. 

Fui tachada de ingrata, mal amada, traidora. Ora, gratidão não é sinônimo de subserviência. Lealdade requer reciprocidade. Se querem respeito, precisam respeitar. Pela ótica machista, eu devia me submeter, sob pena de ser aniquilada em minha vida política, me desmoralizando, me desqualificando pelo simples fato de eu exercer o meu direito como filiada e cidadã? 

Já fui eleitora do Bocalom e participei ativamente das campanha dele. Hoje, com base nas denúncias vazias feitas por ele contra mim, explico que jamais fui convocada para dar uma declaração, na polícia ou na justiça. Meu nome nunca foi envolvido em qualquer situação supostamente negativa. Até aquela questão do álcool em gel, que já está devidamente arquivado pelo TCE e minhas prestações de contas devidamente aprovadas.  Não tenho mais como considerar amigo nem me aliar ao Bocalom. Já estive com ele buscando saber como ajudar como deputada, apresentando emendas e melhorar a vida das pessoas. Não é verdade que eu tenha me esquivado de ajudar só pelo fato de eu ter perdido a eleição em 2020. O meu foco é o bem comum, e garanto que estarei sempre disposta a ajudar se o Bocalom for reeleito.

Houve episódios que acentuaram o mal estar na relação com o meu amigo Gladson Cameli. Conversamos pessoalmente, naquele jantar e Brasília. O que aconteceu ali? Nos bastidores, corria que Alysson faria um gesto de me convidar para que eu fosse candidata. Ele me disse apenas que se eu quisesse ser candidata, não haveria problema. O governador me perguntou, e eu respondi que não mais seria candidata. Aliás, não vi interesse para eu fosse candidata, e percebi isso desde o início de 2023. Eu disse ao governador: aceito, já que o partido não terá candidato. O Ciro Nogueira, presidente nacional, me abraçou e se pôs à disposição, inclusive financeiramente. Fui imediatamente acusada de afrontar ao líder maior do partido, o meu amigo Gladson Cameli. Por acaso eu estava propondo algo que ferisse a história do PP? Certamente, não. 

Toda essa violência é fruto de uma sociedade machista. E estou aqui para interromper isso, por que tudo veio de dentro do meu próprio partido. Um dia eu disse ao governador que sempre seria leal a ele. E que estaria com ele em qualquer partido que ele estivesse. Muitos não levaram isso em consideração. Não é natural e aceitável que um parlamentar seja violentado por emitir a sua opinião. É irracional proibir que uma deputada federal não possa falar. Continuarei lutando por um ambiente forte, seguro, para as mulheres e as pessoa de bem. Não fui contra a A ou B. Faço a mesma defesa que fiz ao Alysson, quando ele foi aclamado como pré-candidato.

 

 

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