Em nota, a Secretaria Municipal de Educação comunica que as aulas continuarão suspensas nestas segunda-feira, sem prazo para a retomada das atividades escolares na rede municipal de ensino. Mais uma vez, o prefeito Tião Bocalom usa o argumento das queimadas como causa.
O que mais intriga é que a secretária Nabiha Bestene não assinou o comunicado, missão que coube ao secretário adjunto, o pastor Paulo Machado. A nota foi disparada no privativo dos diretores de ensino, sem passar pela Comunicação Social da Prefeitura e sem dar satisfação aos pais de alunos.
A imprensa divulgou neste domingo áudios de Nabiha Bestene em que ela critica o prefeito e admite tê-lo alertado sobre o fim dos contratos de 550 professores provisórios. O vínculo com o município encerrou na terça-feira, data em que o prefeito suspendeu as aulas alegando poluição do ar mas sem mencionar o impasse com os professores.
O pastor, agora secretário em exercício, tem dito que os provisórios são “petistas e comunistas”, levando adiante a ideologia direitistas vingativa que prejudica centenas de pais de família e mais de 3 mil alunos.
A secretária segue sem falar com a imprensa após o vazamento do áudio em que ela garante ter se cercado de provas (documentos e testemunhas) quando cobrou solução para o problema. Nabiha sugeriu criar uma comissão para abrir concurso, prevendo que “tudo isso poderia estourar no pico da campanha eleitoral”, como de fato aconteceu.
A reportagem tenta confirmar a informação de que Nabiha Bestene foi afastada.
Os trabalhadores, por meio de conferências virtuais e com apoio do Sinteac, o sindicato que os representa, decidiram que não retornarão ao trabalho sem segurança jurídica.
O município alega que pediu autorização da Justiça eleitoral para aditivar os contratos, já que Bocalom não pode fazê-lo por ato administrativo0 por ser candidato à reeleição.
O prefeito de Rio Branco enfrenta desgastes enormes por ter perdido o prazo para prorrogar os contratos dos professores, e lhe resta usar a desculpa da fumaça como ameaça à saúde dos alunos. O Estado também suspendeu o ano letivo, alegando a crise ambiental, porém não tem problemas no seu quadro de servidores.
NOTA PÚBLICA
Assim como o governo estadual, a Prefeitura de Rio Branco informa que as aulas da rede municipal permanecem suspensas. A medida foi tomada em função dos altos índices de fumaça provenientes das queimadas que atingem a região, colocando em risco a saúde de alunos e profissionais da educação.
A decisão da prefeitura se baseia nos mesmos dados apresentados pelas equipes de Meio Ambiente, que monitoram a concentração de partículas prejudiciais no ar. A prefeitura seguirá acompanhando a situação e tomará novas medidas conforme necessário para garantir a segurança de todos.
José Paulo Machado
Secretário de Educação em Exercício