A Embaixada da China no Brasil definiu como irresponsável o comentário da chefe de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, de que o governo brasileiro deveria pesar os riscos de aderir à Nova Rota da Seda, projeto internacional de investimentos chineses.
Em nota assinada por Li Qi, porta-voz da embaixada chinesa, Pequim avaliou que o ato da representante americana “carece de respeito ao Brasil, um país soberano, e despreza o fato de que a cooperação sino-brasileira é igualitária e mutuamente benéfica.”
Autoridades brasileiras e chinesas trabalham em um acordo sobre o projeto, que pode ser divulgado no mês que vem, quando o líder chinês, Xi Jinping, visitará o Brasil e deve ter uma reunião bilateral, em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na nota, Pequim ressaltou que a iniciativa da Nova Rota da Seda “é uma importante medida para promover uma abertura de alto nível da China ao mundo e ao mesmo tempo, uma plataforma internacional para levar adiante um desenvolvimento inclusivo e universalmente benéfico da globalização econômica. A iniciativa está aberta para países com as mesmas aspirações, em busca duma cooperação de consulta extensiva, contribuição conjunta e resultados compartilhados.”
Fala americana
Na última quarta-feira (23), a representante americana disse, em um evento organizado pela Bloomberg, em São Paulo, que o Brasil deveria ter cautela com uma possível adesão à iniciativa chinesa.
“O Brasil deve se perguntar qual é o caminho que leva a mais resiliência não só da economia brasileira, mas da economia global”, afirmou Katherine durante um debate sobre a relação EUA e China.
Sinalização
Em agosto, o presidente Lula deu sinal de que o Brasil pode aderir ao megaprojeto de infraestrutura da China.
“Os chineses querem discutir conosco a ‘Rota da Seda’. Nós vamos discutir a ‘Rota da Seda’”, disse Lula sobre a iniciativa, que sofre crescente objeção de parceiros ocidentais do Brasil, como Estados Unidos e União Europeia.
“Nós não vamos fechar os olhos, não. Nós vamos dizer: O que é que tem para nós? O que eu tenho com isso? O que eu ganho? Porque essa é a discussão”.
“Não pense que quando falo da China quero brigar com os EUA, pelo contrário. Quero os Estados Unidos do nosso lado tanto quanto quero a China. Eu quero saber onde é que nós entramos, qual o lugar eu vou entrar, com quem eu vou dançar? O Brasil só será respeitado se tiver projeto”, completou Lula.
Este conteúdo foi originalmente publicado em China critica comentário de representante dos EUA sobre adesão do Brasil ao projeto da Nova Rota da Seda no site CNN Brasil.
Fonte: CNN