Pesquisadores dos Estados Unidos apontam que a prescrição de aparelhos auditivos pode ser um fator importante para evitar a doença de Parkinson. O trabalho foi publicado na revista Jama Neurology, no último dia 21 de outubro.
Usando informações de saúde de 3,5 milhões de veteranos de guerra dos Estados Unidos, os cientistas verificaram que a perda auditiva é um fator de risco para o Parkinson, pois indivíduos que apresentaram dificuldades para escutar tiveram maior probabilidade de serem diagnosticados com a doença mais tarde.
O acompanhamento também permitiu perceber que, quanto mais grave a perda auditiva e quanto mais cedo ela ocorre, mais provável o diagnóstico de Parkinson no futuro. No entanto, quando os aparelhos auditivos foram prescritos logo no início, o risco de desenvolver a doença neurodegenerativa caiu.
Outros estudos
Em 2022, uma revisão de estudos descobriu que, entre os adultos com deficiência auditiva, aqueles que controlam a condição com aparelhos têm 19% menos probabilidade de apresentar sinais de declínio cognitivo do que aqueles que não o fazem. No ano seguinte, um ensaio clínico mostrou que aparelhos auditivos podem diminuir a taxa de declínio cognitivo em quase 50% em adultos mais velhos.
Assim como a demência, o Parkinson é comumente associado ao declínio cognitivo. Hoje, está bem estabelecido que problemas de visão e perda do olfato podem preceder os sintomas físicos que qualificam a doença, como lentidão de movimento, rigidez e tremores.
“A correção da audição com um aparelho pode ser o fator de risco modificável mais importante para demência na meia-idade e pode ser o mesmo para a doença de Parkinson”, escreveu o líder da pesquisa, o neurologista Lee Neilsen, da Faculdade de Medicina da Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos.
Hipóteses
Os cientistas ainda não sabem dizer se os aparelhos auditivos estão restaurando ou fortalecendo conexões neurais perdidas, assim como os exercícios regulares podem restaurar e fortalecer músculos.
Outra hipótese é que os aparelhos auditivos aliviam a pressão sobre as reservas de energia do cérebro, permitindo um funcionamento mais fácil das conexões.
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Fonte: Metrópoles