Cientistas criam células animais capazes de fazer fotossíntese

Uma pesquisa feita por biólogos da Universidade de Tóquio, no Japão, descobriu como fazer com que células de origem animal façam fotossíntese. O processo permite que as plantas produzam sua própria energia através da luz do sol.

As células animais costumam depender de alimentos para gerar energia, mas desde os anos 1970 a ciência busca meios de fazer com que elas se tornem autossuficientes. A pesquisa foi publicada na revista científica Proceedings of the Japan Academy na sexta-feira (1º/11) em uma versão prévia, ou seja, que não foi avaliada por pares.

A fotossíntese foi feita através da inserção de cloroplastos em células animais. Os cloroplastos são como os geradores de energia das células de plantas e de algumas bactérias: eles capturam dióxido de carbono e luz, o transformam em energia e devolvem oxigênio à atmosfera.

Essa cadeia de eventos é totalmente oposta à feita por uma célula animal, por isso os desafios de fazer com que cloroplastos funcionem no organismo desses seres.

Algas
Todas as plantas, mesmo as microscópicas que prosperam nas profundezas do Oceano Ártico, fazem fotossíntese

Como células animais puderam fazer fotossíntese?

Na investigação inédita feita pelos pesquisadores japoneses, células de uma alga vermelha que vive em vulcões (por isso, mais próximas da temperatura humana do que outras plantas) e foram modificadas e isoladas para permitir a retirada de seus cloroplastos e a inserção em células isoladas in vitro de macacos.

Os cloroplastos começaram a funcionar imediatamente nas células animais e elas tiveram um crescimento levemente maior que o das células sem o aditivo, sugerindo que a fotossíntese pode ser uma fonte extra de energia. As células estudadas, porém, viveram apenas dois dias.

A descoberta, alertam os pesquisadores, não significa que humanos passarão a fazer fotossíntese em breve. O uso desta manipulação genética, até então considerada impossível, deve se restringir ao desenvolvimento científico.

Os criadores acreditam que a pesquisa pode ser útil para desenvolvimento de orgãos em chip, que funcionam para testar medicamentos para a pesquisa médica.

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Fonte: Metrópoles

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