Mulher descobre câncer após ser diagnosticada com distensão muscular

O melanoma maligno é um tipo grave de câncer de pele que começa nas células produtoras de melanina e pode se espalhar rapidamente para outras partes do corpo. A britânica Holly Bedford, 32 anos, sobreviveu à doença há cinco anos e fazia exames regulares — porém, a recidiva do câncer foi confundida pelos médicos com uma distensão muscular, permitindo que o tumor se espalhasse.

Tudo começou em 2019, quando ela tinha 27 anos e percebeu uma pinta no lado direito da testa. No início, Holly não se preocupou, mas decidiu procurar um médico por questões estéticas, já que a pinta estava muito visível.  A jovem conta que a mancha era bem clara no começo, mas depois ficou escura, parecendo um pedaço de chocolate.

Ela foi encaminhada para um dermatologista, que confirmou a presença do melanoma maligno, e a pinta foi removida. “Eles precisaram tirar um pouco mais de pele da minha testa para ver se o câncer tinha se espalhado, mas o tecido estava saudável. Eu fazia exames regulares a cada três meses. Não havia tratamento, apenas acompanhamento”, relembra, em entrevista ao Daily Mail.

Retorno do câncer

Um ano após a remoção da pinta, Holly começou a sentir dores no peito e procurou atendimento médico. O exame mostrou um aumento do timo, glândula situada entre o peito e os pulmões, mas a situação não foi tratada e nem investigada.

Em fevereiro de 2024, após passar um ano trabalhando na Austrália, a jovem voltou para o Reino Unido e, em março, começou a ter tosse persistente. Na primeira consulta, foi tratada com antibióticos, mas os sintomas não melhoraram. Em um segundo encontro com o médico, ela foi diagnosticada com infecção viral e, no terceiro, recebeu o diagnóstico de distensão muscular.

Como a dor no peito continuou, Holly procurou o especialista mais uma vez e lembrou o médico sobre a inflamação no timo detectada anteriormente. Só neste momento que ela foi encaminhada para uma tomografia computadorizada que revelou o retorno do câncer, agora em estágio quatro. O tumor se espalhou para o pescoço, tórax e abdômen.

O melanoma começa nas células produtoras de melanina e, se não tratado, pode se espalhar rapidamente, invadindo outros órgãos por meio da corrente sanguínea. Quando atinge o estágio quatro, o tratamento se torna mais difícil e a taxa de sobrevivência é inferior a 50%.

O melanoma está entre os tipos de câncer que mais aumentaram entre pessoas de 25 a 49 anos, com uma incidência crescente de mais de 60% desde os anos 1990, de acordo com o Cancer Research UK.

Após o diagnóstico, ela iniciou o tratamento com inibidores que bloqueiam os fatores que promovem a divisão e o crescimento das células cancerígenas.

“Meu câncer estava em três locais diferentes e era agressivo. Não tive tempo para quimioterapia ou imunoterapia. Os medicamentos são usados para impedir a disseminação e tentar conter os tumores até que eu comece a imunoterapia”, explica Holly. Uma tomografia computadorizada realizada na última sexta (15/11) fornecerá mais detalhes sobre como ela pode continuar o tratamento.

Enquanto isso, Holly usa as redes sociais para pedir que mais pessoas fiquem atentas e não ignorem sintomas. “Confie no seu instinto. Eu não estava me sentindo bem e também estava com deficiência de ferro. Minha fadiga, dor e perda de apetite deveriam ter sido investigadas antes, eu não deveria ter que lembrar aos médicos do meu histórico”, declarou.

Foto de Holly Bedford sentada em uma cadeira. Metrópoles
Holly Bedford, do Reino Unido, foi diagnosticada com melanoma maligno — uma das formas mais mortais de câncer de pele — em 2019, com apenas 27 anos

Campanha de arrecadação e vacina contra o câncer de pele

Em outubro, Nikki, irmã gêmea de Holly, criou uma página no GoFundMe para arrecadar fundos para tratamentos que podem salvar a vida da jovem e ajudá-la financeiramente, já que ela não tem condições de trabalhar no momento. A campanha já arrecadou mais de 14 mil euros.

“Holly é uma verdadeira lutadora e uma inspiração. Ela tem um coração enorme e é super generosa. Vamos vencer esse câncer, somos mais fortes juntos”, disse Nikki.

A família lançou a campanha após cientistas revelarem, em junho, que uma vacina contra o câncer de pele em fase de testes pelo NHS pode reduzir em 50% o risco de morte ou recidiva da doença. Desenvolvida pelas farmacêuticas Moderna e MSD, a vacina é adaptada a cada paciente, utilizando a composição genética do tumor e oferecendo uma chance maior de cura.

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Fonte: Metrópoles

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