É providencial o repúdio do deputado Genilson Leite à paralisação das obras de tapa buraco na BR 364. O parlamentar acerta quando critica o DNIT, que, em pleno verão, suspende os serviços e gera consequências incalculáveis a quem se aventura no trecho Rio Branco-Cruzeiro do Sul. No mínimo, faltou planejamento e compromisso do departamento federal com a nossa gente. Porém, o deputado peca ao acusar o governador por isso, como se a chave do cofre estivesse aqui, e o poder de mando fosse do Acre e dos acreanos.
Genilson esqueceu – ou teve um lapso proposital de memória – que Gladson Cameli buscou por diversas vezes o compromisso do governo federal para evitar que as obras cessassem.
Em 25 de maio o governador foi pedir ao ministro Marcelo Sampaio solução para a BR-364 e, a exemplo do que faz nas reuniões com órgãos que tratam do assunto, colocou a estrutura do governo “à disposição para ajudar no que for preciso para garantir melhorias nessa rodovia”. A reunião contou com a participação de outros integrantes do Ministério da Infraestrutura e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), incluindo o diretor-geral, general Santos Filho.
É culpa do governador e do povo acreano se o ministro descumpriu esse acordo?
Ali não estavam os deputados Perpétua Almeida (PCdoB), Léo do PT, tampouco Mara Rocha, com quem o socialista “namora” para consolidar uma aliança visando as eleições desse ano. Tampouco o deputado citou parlamentares de sua roda, preferindo atacar a gestão estadual, com propósito flagrante de desonrar o chefe do executivo. Não se viu nenhum deles, aliás, pressionando para que a rodovia desse condição de tráfego.
Genilson precisa rever algumas posições odiosas que o alimentam somente agora, na pré-campanha – um tipo de comportamento que não condiz com sua serenidade de homem público. A boa aceitação de seu nome deve-se, claro, à mansidão de sua conduta política, e coerência, até então.
Embarcar no denuncismo vazio, gratuito, o trará perturbações nesta campanha, com efeitos desagradáveis nos indicadores que as pesquisas irão revelar.
Baixaria não ganha eleição.
Aliás, deputado, o senhor ganharia mais apoio popular se nominasse aqueles que, por obrigação, deveriam bater à porta do DNIT pedir explicações sobre a obra suspensa.
Como senhor mesmo diz, “para nós, a BR-364 representa desenvolvimento para nosso estado e não trabalhar por ela é abandonar a população”.